Linkultura

por Nereide Michel em 02/08/2021

A arte é atemporal. Que o diga a curitibana Uiara Bartira que ao completar 40 anos de sua trajetória pelo universo das gravuras, pinturas, litografias, xilogravuras, fotogravuras, entre as tantas manifestações que a sua sensibilidade buscou respaldo, não se sente presa aos ditames do calendário. Mas o seu trabalho de e para a arte merece celebração. E esta chega sob a forma da mostra “O Silêncio e a Eroticidade da Gravura” que abre no Museu Municipal de Arte( MuMa) no dia 10 de agosto e contará com aproximadamente 150 obras – do acervo do Museu da Gravura Cidade de Curitiba e da sua coleção particular.

Já o registro dos ciclos marcantes da carreira de Uiara Bartira, que caminha junto à história da arte paranaense, estará nas páginas de um livro/documento, que inclui trabalhos reunidos em  acervos dos Museus de Arte Contemporânea do Paraná e de São Paulo (MAC-PR e MAC-SP), Museu Oscar Niemeyer (MON), Museu de Arte Brasileira (FAAP), Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), Museu de Arte de Santa Catarina (MASC), Museu  de Arte do Espírito Santo (MAES), Museu de Arte Latinoamericana da Universidade de Essex, na Inglaterra, National Gallery of Camberra, na Austrália e também obras relevantes de coleções particulares. A publicação conta também com fragmentos de textos críticos já existentes, descrição dos diferentes processos de produção, poemas, além de um texto de Agnaldo Farias, um especialista na obra da artista. O lançamento acontecerá no dia 30 de setembro com a realização de uma mesa redonda.

Série Geometria da Luz. Foto Ricardo Macedo

Tanto a exposição como o livro ressaltam a importância do trabalho de Uiara Bartira para a gravura brasileira, assim como solidificam toda uma geração pós-moderna que abre o caminho da Arte Contemporânea no Paraná, com um legado de rompimento de limites para as novas gerações.

Série Geometria da Luz. Foto Ricardo Macedo

De acordo com o professor José Roberto Teixeira Leite em seu livro “Gravuras do Paraná”, Uiara é a primeira mulher mestra da gravura local, conforme a ordem descrita por ele: Guido Viaro, Poty Lazzarotto, Fernando Calderari, Uiara Bartira e Denise Roman, o que coloca Curitiba como polo da gravura no Estado do Paraná e assim, rompe o eixo Rio/São Paulo nos anos 1980.

Isabela Milita

A artista visual Uiara Bartira nasceu em Curitiba e formou-se em Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP). Estudou Gravura e Pintura com Fernando Calderari e depois concluiu especialização em Calcografia e Desenho na The Art Students League e outra em Fotogravura no Bob Blackburn Workshop, em Nova Iorque. Pós-graduou-se em Fotografia e Processos de Construção de Imagens na Universidade Tuiuti do Paraná. Implantou e dirigiu o Museu da Gravura em Curitiba entre 1989 e 1992. Participa de diversas exposições individuais e coletivas e como professora dedica-se a diferentes cursos de teoria e práticas artísticas.

 

+ INFOS

Exposição “O Silêncio e a Eroticidade da Gravura” – Uiara Bartira

Museu Municipal de Arte (MuMA)

De 10 de agosto a 10 de novembro de 2021

Avenida República Argentina, 3430, Terminal do Portão, Portão

Horário: das 10h às 18h, de terça a domingo

Entrada gratuita

Projeto viabilizado por intermédio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, com apoio das empresas Paraná Metrologia, OpusMúltipla, Trombini Embalagens e Cartrom Embalagens.

Devido à pandemia não haverá abertura da exposição e serão permitidas a entrada de, no máximo, 30 pessoas por vez, com medição de temperatura.

Agendamento pode ser feito pelo site ou plataformas virtuais:

https://uiarabartira.wixsite.com/website

facebook.com/UIARA-BARTIRA