Linkultura

por Nereide Michel em 08/02/2021

Provocativo, irônico e  crítico. Adjetivos que cabem como uma luva, ou em uma sacola de shopping, ao trabalho do carioca Renato Ranquine, que até 15 de fevereiro estará em cartaz na curitibana SOMA Galeria. Na exposição “Vende-se Arte” o artista faz uso da linguagem visual para aproximar dois mercados, o popular e o da arte. A ligação entre eles se faz com uma simples frase “Compre arte” vista em painéis de led, camisetas com estampas de baixa qualidade, adesivos, banners, entre outros suportes para imagens reprodutíveis.

Uma estratégia escolhida por Renato Ranquine para capturar o interesse de perfis diferentes de público visando gerar uma reflexão sobre as relações mais profundas desta associação. Daí a sua opção por materiais de baixo custo, cores chamativas e um certo excesso visual em grande parte das obras. A proposta é reproduzir a atmosfera de grandes centros de comércio popular, como a Rua 25 de março, em São Paulo, ou o Saara (Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega), no Rio de Janeiro e neles encontrar uma significância para a arte.

Apesar de contar com obras realizadas com materiais acessíveis, a exposição “Vende-se Arte” apresenta um rigor na construção das peças. Este elemento leva o trabalho para além do mero trocadilho, mantendo-o em uma situação ambígua entre a crítica e o fascínio, tanto pelo mercado de arte, quanto pelas formas.

 

ONDE ESTÁ

“Vende-se Arte”  é a segunda exposição realizada no novo endereço da SOMA Galeria – multiespaço SFco179 –  localizado na Rua São Francisco, 179, no Centro de Curitiba que passou por um processo de revitalização nos últimos anos, resultando em uma das ruas mais charmosas da capital paranaense.

Visitação de terça a sábado, das 14h às 18h,

Entrada gratuita

Informações

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