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por Nereide Michel em 15/08/2017

O pintor holandês Piet Mondrian, que nasceu em 1872 e faleceu em 1944, nunca imaginaria onde a sua arte iria chegar. Quando em 1917 iniciou a fase neoplástica, a sua série mais conhecida, expressando-se através de linhas negras ortogonais preenchidas com cores primárias como o amarelo, o azul e o vermelho, não tinha qualquer intenção de ver estas composições inspirando objetos e artigos funcionais. Quadros impactantes que “negavam imagens convencionais”e se inseriam na corrente abstracionista conquistaram um invejável status de “vanguarda”, que mantém-se incólume no século XXI.

Em 1930, o estilo Mondrian surge em uma coleção de bolsas e malas lançada pela Casa Hermès, assinada por Lola Prusac. Em 1965, as consagradas figuras geométricas foram transferidas para um vestido tubinho por Yves Saint Laurent – que mereceu  capa da Vogue francesa – e não pararam mais de surgir em roupas, acessórios, peças de decoração e obras arquitetônicas Por exemplo, um conjunto de imóveis, espalhados pelo centro de Curitiba e adjacências, ostenta nas suas fachadas o nome do pintor – Edifício Piet Mondrian, Mondrian Studio Curitiba, Condomínio Mondrian Residence e Mondrian Airport Curitiba.

Seja por ser um estilo fortemente identificado com a contemporaneidade, com a ousadia ou a simplificação de elementos, a arte de Mondrian continua a guiar o lançamento de produtos e serviços. O conceito de aliar o impacto pretendido pelo pintor às expectativas de um público globalizado está na origem de um novo e arrojado empreendimento curitibano. Um polo gastronômico, que inclui cinco unidades localizadas em bairros da cidade e área metropolitana e que recebeu o sugestivo nome de Mondri –  proveniente de Mondrian. Nele, a  sofisticação e o luxo podem ser traduzidos como uma “experiência” que envolve atendimento descomplicado, opções diversificadas e um ambiente projetado para surpreender.

Segundo define o empresário Ricardo Augusto Valle Pinto Coelho, idealizador da iniciativa, “cada unidade levará em consideração características, hábitos e comportamentos da população onde será construída. Com a valorização da cultura local irá se transformar também em chamariz para quem vive em outros pontos da capital paranaense ou turistas – justamente por apresentar este diferencial.”

 

A logo Mondri, uma leitura leve e solta da obra geométrica de Mondrian, vai estar presente em bairros como Portão, Tarumã, Xaxim, São José dos Pinhais, onde foi detectada carência de atrativos que unam gastronomia e cultura com potencial de agregar os moradores da região, que, por falta de opções, buscam este tipo de entretenimento em outros locais, muitas vezes, distantes para eles. Por exemplo, o  Mondri Gastro Cultural, com previsão de inauguração em 2018, no Portão, foi pensado para atender às necessidades de uma população fixa que gira em torno de 50 mil pessoas e que aumenta consideravelmente de segunda a sábado com o grande número de pessoas que trabalham naquela parte da cidade. Constatação que deu ao espaço uma inovação: funcionar também no horário do almoço, o que é incomum em polos gastronômicos com as suas características.

 Duas unidades do complexo gastronômico Mondri estão em fase de lançamento: o Mondri Aeroporto (São José dos Pinhais) e o Mondri Gastro Cultural, no Portão, que deverão estar em plena atividade no decorrer de 2018.

A arquitetura do empreendimento Mondri se baseia em contêineres, a partir dos quais serão criados espaços funcionais e com soluções surpreendentes. É a essência da arte geométrica de Mondrian presente no formato de negócios.

 A Unidade de São José dos Pinhais, localizada a 800 metros do Aeroporto Internacional Afonso Pena, conta com um terreno de 12 mil m², dos quais 560 m² serão área coberta. Em dois pavimentos estarão distribuídas 24 operações gastronômicas e seis opções de outros serviços.  Nela está previsto até um terraço para observação de chegadas e partidas de aviões, um atrativo para adultos e crianças. Aliás, para elas, foi projetado um playground inclusivo ocupando quase 250 m². Uma novidade: um vagão totalmente decorado, feito em madeira maciça de cedro rosa e com capacidade para 50 pessoas sentadas, ficará sobre dormentes e trilhos ferroviários originais.