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por Nereide Michel em 26/04/2022

As diversas manifestações da arte – fotografia, pintura, instalação – ganham privilegiado espaço no roteiro cultural curitibano. Percorrê-lo é valorizar o trabalho dos seus autores,  adquirir conhecimento e estimular a sensibilidade.

LUZES DO LABIRINTO

Marcello Kawase

Embora facilmente reconhecível a digital de Orlando Azevedo em todas as imagens por ele produzidas, chama atenção a diversidade temática de sua arte fotográfica. Tanto que a mostra “O Labirinto da Luz”, que celebra os 50 anos de sua trajetória profissional, em cartaz no Museu Oscar Niemeyer até este domingo, 15 de maio, foi dividida pelo curador da exposição, Rubens Fernandes Júnior, em várias vertentes criativas.

“Ruínas”; “Religiosidade”; “Índia”; “Cósmica”; “Retratos”; “Marinhas”; “Corpo e Movimento”; “Paisagem”; “Festas e Populares”; “iPhone”; “Surreal” e “Voo” formam núcleos com foco em pontos específicos de interesse do fotógrafo em um percurso que conduz à contemplação de 237 imagens.

Orlando Azevedo possui obras em diversos acervos do Brasil e de outros países, como no International Center of Photography, em Nova York; Centre Georges Pompidou e Museu Francês de Fotografia, em Paris; Museu de Arte de São Paulo (MASP); Museu de Arte Moderna de São Paulo; Instituto Cultural Itaú; Museu de Fotografia Cidade de Curitiba; Empresa Portuguesa das Águas Livres/Lisboa; Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro; Museu Afro Brasileiro, em São Paulo; Fototeca de Cuba, em Havana, além do próprio Museu Oscar Niemeyer (MON), e também várias e importantes coleções privadas nacionais e internacionais.

 

No total, Orlando tem 12 livros publicados e entre eles estão: “Mestiço – Retrato do Brasil” (2019); “Augusto Weiss 1890/1990” (2017) e “Rio Grande/RS” (2014).

 

+ INFOS

‘O LABIRINTO DA LUZ”

ORLANDO AZEVEDO

Museu Oscar Niemeyer

Sala 1

Até 15 de maio

 

 NOVE NO UNIVERSO

Katia Velo

Um coletivo com as participações dos artistas Ângela Muggiati, Carmen Fortes, Daniela Veronesi, Denise Abujamra, Eliane Dumke, Francinete Alberton, Márcio Wantroba, Sonia Mota e VeraLu e  curadoria e texto curatorial de Márcia Aracheski, é a essência da Univers9. A mostra, que está em cartaz no Museu Municipal de Arte (MuMA), inclui uma série de ações que acontece durante o período expositivo, que vai até 29 de maio. Um bate-papo com os artistas participantes está na programação dos dias 04, 11, 18 e 25 de maio. No dia 13 de maio, às 16h30, está previsto o lançamento  do catálogo Univers9, que tem texto crítico de Ana Carolina Mondini, e uma mesa com convidados sobre Arte Atual, com a presença de Ivo Mesquita, Tony Camargo, Uiara Bartira, Márcia Aracheski, Ana Mondini e os artistas da Univers9.

+ INFOS

UNIVERS9

Museu Municipal de Arte (MuMA)

 República Argentina, 3430, Terminal do Portão , Portão

Até  26 de junho de 2022

Horário de funcionamento: 10h às 19h (3ª feira a domingo)

 (41) 3329-2801

Entrada gratuita

portaocultural@fcc.curitiba.pr.gov.br

 https://univers9arte9.wixsite.com/website

 univers9arte@gmail.com

Instagram: @univers9_arte

Facebook: https://www.facebook.com/universo9arteatual

 A ÁRVORE QUE FALA

Após a passagem por São Mateus do Sul, Antonina e Rio Negro, a cyber ilex, árvore cibernética que simboliza o futuro da erva-mate, cria raiz em uma residência de dois meses na morada do “pai da pintura paranaense”, o Museu Casa Alfredo Andersen. A escultura batiza a exposição que abre conversa sobre o passado das terras paranaenses em vivências com a erva-mate. A intenção é conectar esta fase com o momento presente e mirar o futuro. O nome da mostra é derivado da planta natural ilex paraguariensis, nome científico da planta catalogada por Saint Hilaire em 1820 e que se apresenta agora inteiramente esculpida em impressora 3D. A obra é assinada pelo artista curitibano Jack Holmer e tem produção conjunta com Franco Palioff, que trabalha com artes digitais.

Dialogar com uma árvore, responsável por um dos períodos de riqueza econômica do Paraná – colhendo e comercializando suas folhas surgiram os barões da erva-mate e seus palacetes na capital paranaense- é a atração surpreendente da exposição. Um bate-papo possível graças a dispositivos eletrônicos e muitos componentes que fazem parte de um gabinete desenhado para que a árvore robô converse com o público. Ela pode ser acessada através do aparelho celular que ativa um QR Code para o usuário percorrer um ambiente virtual gerado pela escultura, onde estão também fotos espontâneas dos visitantes e outras informações sobre o projeto. A câmera instalada captura imagens de quem se aproxima e ainda faz leitura facial que identifica o estado de humor das pessoas.  A planta interage e responde aos estímulos com um piscar de luzes, alternados por movimentos suaves dos galhos e folhas.

“Erval ao Anoitecer”/ Christian Schönhofen

A obra de arte ainda conta com sensores para captura de sons emitidos por folhas naturais de erva-mate compondo a cena de forma interligada. Uma animação desenvolvida pelo poeta tecnológico Jack Holmer faz referência ao estudo sobre as aves dispersoras das sementes de erva-mate, pesquisa elaborada por Sérgio Dyminski. Além disso, telas de Alfredo Andersen,  contemporâneo do período de ascensão econômica paranaense gerada pela erva-mate, e que se inspirou nela para várias de suas obras, fazem parte da mostra, com reproduções autorizadas, segundo a curadoria de Angela Zampier. Já o fotógrafo Christian Schönhofen retratou o habitat original da ilex com imagens de ervais nativos e plantados. O objetivo foi captar as fases da planta com suas sementes, flores e principalmente a colheita, transformando os produtores de mate em verdadeiros heróis.

+ INFOS

EXPOSIÇÃO CYBER ILEX

Casa Alfredo Andersen

Mateus Leme, 226, Curitiba

De abril a maio de 2022

Equipe

Ana Claudia Zampier, Angela Zampier, Christian Schönhofen, Fábio Chedid, Hilda Digner Dalcomuni, Jack Holmer, José Fernandes, Vivian Marques, Welington Lima e André Zampier.

Projeto aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura – PROFICE da Secretaria da Comunicação Social e da Cultura – Governo do Estado do Paraná

Incentivo: Copel, Havan, Pennachi e Tintas Verginia

Apoio: Museu Casa Alfredo Andersen