por Nereide Michel em 13/09/2024
“Sonhar de olhos abertos é uma expressão que se refere ao ato de imaginar ou fantasiar sobre situações, desejos ou objetivos enquanto estamos acordados”. Sonhar de olhos abertos. Quem nunca? Ao destinar a Reveev Curitiba, com o seu amplo e moderno showroom, à realização da Mostra Anual de Ambientes, certamente, Diether Glatz, no comando da empresa, levou em consideração esta definição.
Da fábrica, instalada em São Bento do Sul, Santa Catarina, saem camas e colchões em direção ao exigente mercado de alto padrão, que não dispensa o que há de melhor em matéria-prima, tendências de design internacionais e tecnologia de ponta. Já a Reveev Curitiba está destinada a uma missão especial: seduzir o olhar. Como comprovam as três edições da mostra de ambientes, cujo objetivo é apresentar opções para compor espaços destinados a sonhar antes de dormir. Projetos são colocados em prática para aguçar o desejo de ter um quarto igualzinho em casa.
A edição 2024 do evento deu destaque à recém-lançada coleção Renasce, uma inspiração para arquitetos e designers curitibanos que assumiram a responsabilidade de se tornarem guardiães dos sonhos de quem vai se deixar conquistar por um dos sete ambientes em exposição.
CADA UM COM O SEU SONHO
AMBIENTE NIDUS
JAVIER GODINO
Transformar a percepção tradicional do ambiente é a proposta de Javier Godino. O arquiteto buscou referências em quartos europeus que exploram camas em cores escuras. Ele escolheu tecido na cor chocolate, com uma textura aveludada que oferece conforto e maciez ao toque, além de valorizar o colchão e as roupas de cama da Moss Home. A cadeira Tubo, de Guilherme Wentz, e a luminária Taccia complementam o espaço. E, é claro, a cama Orgânica, assinada por OSA Arquitetos, é o centro das atenções.
A ARTE DAS TRAMAS E SUA ORGANICIDADE
CAROLINE ANDRUSKO ARQUITETOS
O escritório de Caroline Andrusko projetou um ambiente que traduz sua visão de bem-estar por meio de uma combinação cuidadosa de elementos. Para criar essa atmosfera de tranquilidade, ela optou por uma paleta de cores em tons de verde, que traz leveza e serenidade. O espaço teve como base a cama Seixo, com formas orgânicas e design atemporal, personalizada em tecido Bouclé de tom claro. A marcenaria integrada com a iluminação e os quadros geométricos em acrílico complementam a composição, criando um conjunto harmonioso que destaca a organicidade e a fluidez do projeto. A mesa lateral, em mármore verde esmeralda, que remete à natureza, originou a definição do tapete, texturas, cores e os acabamentos.
AMBIENTE C’ALMA
GRIFF ARQUITETURA E ENGENHARIA
A cama C’alma, lançamento da Reveev assinado por Mariana Maisonnave, foi a principal inspiração para o projeto das arquitetas Juliana Marques e Roberta Lanza. Com linhas suaves e nome sugestivo, o móvel conceituou o espaço que exala tranquilidade e aconchego. A escolha dos materiais e cores refletiu o clima de serenidade, com os seus tons neutros e pastéis em harmonia com os acolhedores veludo, linho e bouclé. As paredes foram revestidas com velvet, um material com leve brilho que adicionou um toque de sofisticação ao ambiente. A obra de arte da fotógrafa e artista curitibana Fernanda Trombini, composta por oito quadros com fotos de praia, traduz visualmente a leveza e a calma explicitada pelo espaço.
AMBIENTE RESPIRAR O FRESCOR TRAZ TRANQUILIDADE
VALLIATTI & TOMASI PATRÃO ARQUITETURA E INTERIORES
Os arquitetos Sérgio Valliatti e Luciana Patrão assinam a vitrine da loja, com um ambiente projetado para ser um oásis de paz e tranquilidade. Ideia que guiou a seleção de materiais naturais, como madeira, couro e fibras naturais. A cama Trama, assinada por Ramon Zancanaro, que faz uma fusão do couro com a madeira, recebeu roupas de cama de linho e algodão, que oferecem um toque de aconchego.
O banco Trama e o colchão Asti também marcam presença no espaço. A presença de plantas adiciona vida e traz frescor e alegria ao ambiente.
AMBIENTE DORMITÓRIO REFÚGIO: PAUSA, RESPIRO E ACONCHEGO
MICHELA VON BORSTEL ARQUITETURA
A cama Voga, de Ramon Zancanaro, foi escolhida para ser a protagonista do espaço. Segundo Michela von Borstel, o designer assume que há beleza na imperfeição – é inerente à vida e que as marcas e sinais do tempo nos materiais ajudam a revelar essa beleza. A arquiteta buscou então uma composição de textura e materiais mais brutos, como sisal, couro, cimento, veludo e lona, para conviver em um ambiente assimétrico em que a cama parece flutuar.
O verde é a cor predominante e está presente na cabeceira, no banco, na parede e nos quadros. A ele se juntam diversos tons de bege, presentes nos tapetes de sisal e couro, no puff em veludo e na mesa de apoio em madeira, ambos posicionados nas laterais. O banco Bossa, de Bruno Faucz, complementa a composição do ambiente, que propõe combinar funcionalidade e aconchego.
AMBIENTE REFÚGIO DA ALMA FEMININA
SUMARA BOTTAZZARI
“Apenas o essencial”. Esse lema conduziu o processo criativo do espaço, no qual “tudo é relevante e tem algum significado positivo”. A inspiração para a arquiteta Sumara Bottazzari surgiu em meio a viagens para o deserto do Egito e à Chapada Diamantina, onde ela se encantou com as cores vibrantes das paisagens. “O pôr do sol, com suas nuances quentes, e as majestosas dunas de areia me trouxeram uma conexão intensa comigo mesma. Essas experiências despertaram o desejo de criar um espaço onde cada detalhe é pensado para promover a paz interior e a celebração da feminilidade”, esclarece a profissional.
As cores e os materiais escolhidos remetem à natureza. Já os lençóis de linho, que envolvem a cama Tropical, assinada por Bruno Faucz, convidam ao descanso e relaxamento.
AMBIENTE TRAÇO
TASSIANA FISCHER, PEDRO SILVEIRA E KAREN KONDLATSCH
Os arquitetos Tassiana Fischer, Pedro Silveira e Karen Kondlatsch focaram na experiência de bem-estar tangível, onde cada detalhe foi pensado para acolher e conectar. A cama Nuvem, assinada por Gabriel Bordin, foi o elemento central que guiou toda a concepção criativa. O móvel faz jus ao nome – ele parece flutuar suavemente sobre o chão graças ao acabamento chanfrado na base de madeira e “por ser mais baixo parece que estamos mais conectados à terra” define Pedro Silveira. Uma referência também à estética nipônica.
Outro elemento de inspiração japonesa é a técnica Shou Sugi Ban, utilizada no acabamento da estante que emoldura a cama. Método tradicional de queima da madeira que não só preserva, mas também cria um acabamento carbonizado, de um preto profundo e texturizado. Os tecidos escolhidos foram o algodão puro, e o linho para a roupa de cama.
ONDE ESTÁ
MOSTRA ANUAL DE AMBIENTES
REVEEV
Alameda Dr. Carlos de Carvalho, 1544, Batel