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por Nereide Michel em 13/03/2018

De janeiro de 1984 a março de 2018. Trinta e quatro anos separam estas duas datas. No entanto, elas se aproximam – e quase fazem desaparecer a linha do tempo – quando marcam acontecimentos ligados intimamente à arte. E que outra manifestação teria o poder de nos fazer vagar de um século a outro, de uma era a outra, desligados de calendários? E até de localização geográfica? De repente, no globalizado século XXI em uma cidade comandada pela inovação um cavalo em cerâmica produzido pelas mãos hábeis de um artista chinês, que viveu sob a dinastia Han, iniciada no século II a.C., transforma-se em passaporte para uma viagem que desconhece fronteiras e nos transporta para uma época da qual só tínhamos conhecimento graças à documentação histórica.

Uma ponte entre presente e passado tem acesso liberado na exposição “Ásia, a terra, os homens, os deuses”, que apresenta uma parte das três mil obras da coleção de arte asiática, recentemente incorporada ao acervo do Museu Oscar Niemeyer, da qual faz parte a impressionante estátua chinesa do animal capturado em seu elegante trotar. Estamos em Curitiba, março de 2018.

A capital paranaense é o destino de uma paixão pela cultura oriental que seduziu o diplomata Fausto Godoy assim que ele assumiu um posto na embaixada brasileira em Nova Delhi em janeiro de 1984. Foi a primeira escala de um roteiro, cada vez mais cativante, que durante 16 anos ele percorreu trabalhando como representante do nosso país também na China, Japão, Paquistão, Afeganistão, Vietnã, Taiwan, Jordânia, Iraque, Cazaquistão e Myanmar. Uma paixão que Fausto Godoy transforma em missão quando começou a colecionar peças de arte expressivas da cultura destes países. Seu desejo? “Trazer a Ásia para o Brasil”, conforme sua definição. Empenho e dedicação que hoje se traduzem em oportunidade para que moradores ou visitantes de Curitiba possam se deslocar a um passado longínquo deixando-se seduzir, como sucedeu ao autor da coleção, pela cultura de civilizações milenares, que contam muito do que somos na atualidade.

Uma vitória do Museu Oscar Niemeyer, que disputou com instituições de outras cidades o privilégio de contar em seu acervo com uma das mais completas e importantes coleções de peças representativas da arte de aproximadamente dez países asiáticos. Esculturas, mobiliários, cerâmica, porcelana, pinturas, objetos em metal, gravuras, caligrafia, têxteis, joias, marionetes milenares estão agora em uma nova casa, graças à doação generosa do seu ex- proprietário.

Como esclarece Juliana Vosnika, diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer,” uma conquista que eleva o MON ao patamar dos grandes museus internacionais transformando-o em foco de interesse de pesquisadores e estudiosos da arte asiática.”

 

ONDE ESTÁ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Exposição “Ásia, a terra, os homens, os deuses”

Museu Oscar Niemeyer, Rua Marechal Hermes, 999.

 Visitação de terça a domingo das 10h às 18h