Conecte-se

por Nereide Michel em 24/09/2024

Atrás de todo queijo paranaense premiado tem uma história. Uma história de resiliência, persistência, inconformismo. Nunca de desistência, resignação ou acomodação. Tem a ver com o espírito de luta de moradores espalhados por pequenos, médios e grandes municípios, que formam o mapa do estado. No DNA deles estão a prontidão de superar obstáculos e aceitar desafios que vieram na bagagem dos seus avós e bisavós ao se instalarem em uma nova pátria.

Divulgação/ FAEP

O queijo Maná Safrás, produzido pelo Sítio Aliança, de Santana do Itararé, já recebeu dois prêmios em Paris, apesar do seu recente lançamento. Entre os seus ingredientes estão folhas de sassafrás, muito utilizadas no chimarrão.

Por isso, não surpreende o espaço privilegiado ocupado atualmente pelo queijo paranaense entre os produtores tradicionais do país, uma conquista confirmada pelas diversas premiações recebidas em concursos nacionais e internacionais. Hoje quem visita uma indústria de lacticínios, instalada no estado, fica impactado com a alta tecnologia envolvida na fabricação do produto nos mais diversos tipos e categorias. Tecnologia que não descarta segredinhos familiares, pesquisa de ingredientes para lhe conferir um sabor peculiar e, é claro, um carinho especial na sua elaboração. Uma realidade que contrasta com a sua origem quando o leite e seus derivados eram fabricados de forma artesanal e eram entregues na casa dos fregueses ou vendidos nas mercearias. 

Divulgação

A colônia Witmarsum, fundada por imigrantes russos-alemães (menonitas) em 1952, é uma das mais tradicionais fornecedoras de queijos coloniais. Produtos fabricados a partir dos anos 2000 começaram a acumular premiações, como o tipo Appenzeller. 

Todos os 399 municípios paranaenses produzem leite, atingindo uma média de 13 milhões de litros por dia – dos quais 6 milhões são destinados à fabricação de queijos – dados que situam o estado no segundo lugar no ranking da produção de leite no país. Um cenário favorável para que importantes investimentos fossem direcionados ao setor lácteo contribuindo assim para a sua diversidade e qualificação – garantia para uma expressiva participação no crescimento da economia nacional.

Divulgação/ FAEP

O Queijo Colonial ao Vinho Tia Nena, de Cantagalo, com o seu sabor picante e amanteigado, foi duplamente premiado na 1ª edição do Queijos do Paraná: Ouro e Super Ouro.

O resultado positivo de uma  iniciativa, que uniu empresários, pequenos e médios fabricantes, entidades, sindicatos, instituições, secretarias estaduais, entre outros protagonistas, pode ser constatado em um importante evento, o Prêmio Queijos do Paraná, cuja segunda edição foi lançada no dia 18 de setembro, no Mercado Municipal de Curitiba. Como destacou na ocasião Ronei Volpi, idealizador do concurso, “a cadeia láctea é a mais complexa, mais sensível e pulverizada, o que amplia o nosso desafio e a nossa responsabilidade. Nós pretendemos, nesta segunda edição, ampliar a qualidade e o reconhecimento obtidos na primeira edição”. 

Divulgação

O premiado Queijo Ouro do Campo da Célia, de Santana do Itararé, é um dos exemplos da persistência do produtor paranaense na busca pela qualidade do que é apresentado ao mercado local e nacional.

O Prêmio Queijos do Paraná, sem dúvida, é um importante estímulo aos fabricantes do estado. O reconhecimento da excelência de um produto é confirmado através de um selo que ele ostenta e que lhe gera maior valor agregado atraindo assim mais interesse do mercado nacional e internacional às suas qualidades.

Divulgação

Não por acaso, o queijo é uma das opções preferidas para uma mesa gourmet em eventos: combina com frutas, frios, geleias, patês, castanhas. No lançamento da 2º Prêmio Queijos do Paraná, diversos tipos do produto paranaense foram apreciados.

Idealizado com o objetivo de divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no estado, o Prêmio Queijos do Paraná traz novidades para a edição 2025. A expectativa de que um número recorde de inscritos seja confirmada foi compartilhada pelo comitê gestor do concurso no seu lançamento: Sistema FAEP, Sebrae-PR, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Sindileite e Sistema Fecomércio-PR. Em 2023, participaram  291 queijos e 88 foram premiados: 28 com medalha de bronze, 30 com a de prata e 30 com a de ouro. 

COMO SERÁ A PREMIAÇÃO?

Divulgação / FAEP

As conquistas do produto paranaense foram reunidas no livro “Prêmio Queijos do Paraná”, 1ª edição”, lançado na apresentação do  concurso 2025. Nele, também estão histórico das marcas e dicas para degustação. 

-O Prêmio Queijos do Paraná terá 21 categorias, de acordo com o leite utilizado (vaca, cabra ou búfala) e as características do queijo. Os produtos inscritos serão avaliados de acordo com critérios técnicos, por um júri especializado – treinado a partir de cursos de formação oferecidos pelo prêmio.

-Avaliação dos produtos será feita de acordo com as categorias em que eles forem inscritos. Serão três jurados por mesa, que vão atribuir notas aos queijos, de acordo com os quesitos técnicos pré-estabelecidos. Os derivados que obtiverem notas entre 18 e 20 conquistarão a medalha de ouro. Os produtos que forem avaliados com notas entre 16 e 18 levarão a medalha de prata. Os que fizerem de 14 a 16 pontos ficarão com o bronze.

Divulgação

O queijo Parmesão, da Frimesa, de Marechal Cândido Rondon, recebeu a medalha Ouro na último concurso.

-Uma segunda fase está destinada exclusivamente aos queijos que conquistarem a medalha de ouro. O júri vai selecionar os dez melhores (super ouro) entre os medalhistas, que participarão de uma nova disputa. Nesta etapa, cada jurado vai defender um dos queijos, apontando suas principais características. Após a argumentação verbal, será escolhido o “Melhor Queijo do Paraná 2025”. Além da medalha, os dez super ouro vão ganhar uma viagem técnica, em local ainda a ser definido.

-Uma novidade da edição é o Concurso Excelência em Muçarela – Edição Pizza. Uma iniciativa que se justifica uma vez que o Paraná é o maior produtor de muçarela do país.  O concurso contará com duas etapas: uma avaliação técnica, em que o júri observará as características técnico-funcionais do queijo, como derretimento, elasticidade, gordura livre e fatiabilidade; e uma avaliação sensorial, em que os jurados levarão em conta a utilização da muçarela em uma pizza.

+ INFOS

PRÊMIO QUEIJO DO PARANÁ

2ª edição

Inscrições: a partir de 1º de dezembro de 2024

Premiação: 30 de maio de 2025

https://www.sistemafaep.org.br/premio-queijos-do-parana/