A moda não reside em si. Muito pelo contrário, está de portas e janelas abertas para tanto interferir como absorver moldando assim a sua personalidade. As mais diversas vertentes da arte, o comportamento e cenário urbano podem estar embutidos numa simples peça de roupa ou tematizando toda uma coleção. No recente encontro “Moda e Beleza, a indústria do futuro!”, realizado recentemente pelo SEBRAE, no auditório Poty Lazzarotto, do Museu Oscar Niemeyer, reuniu profissionais dos dois segmentos para debater o porvir do vestuário e do cosmético, importantes integrantes da engrenagem econômica de um país. Alexandre Herchcovitch, Camila Yahn e Melissa Vol e o estilista paranaense Luan Valloto foram os convidados do evento.

Juliano Peçanha

Luan Valloto acrescentou à sua participação uma performance – ” À flor concreta”-  que exemplificou no palco/passarela como a união da moda, arquitetura e dança confere autoria ao trabalho de um estilista diferenciando-o em um cenário de construções idênticas. Com 10 bailarinos profissionais de grupos locais, a apresentação teatral foi um desdobramento da coleção homônima do designer, que traduziu em 10 minutos, emoções provocadas pelo poema “A Flor e a Náusea”, de Carlos Drummond de Andrade. Embalados por uma trilha sonora original – composição de Maycon Ananias, com design de som de Vitor Rosa – os artistas expressaram uma relação poética com as roupas que pairavam sobre seus corpos, em movimentos semicoreografados.

Juliano Peçanha

Juliano Peçanha

Luan Valloto acredita que a moda intersecciona com a arte e relacionou na performance o link de roupas com a arquitetura. Uma união que substancia o conceito onipresente em seu trabalho. 

COINCIDÊNCIA AFETIVA 

Juliano Peçanha

Poty Lazzarotto inspirou os looks vencedores de Luan Valloto no IX Prêmio João Turin de Incentivo aos Novos Designers de Moda. O então estudante de Moda teve sua primeira aula prática da união da moda com a cultura. A performance  “À flor concreta” aconteceu no auditório que leva o nome do artista curitibano.