por Nereide Michel em 10/04/2025
Na década de 90, a moda streetwear curitibana ganhou um importante impulso graças às manobras radicais de duas marcas, hoje históricas, a Drop Dead e a Maha, que nasceram nas pistas de skate espalhadas pela cidade – que se tornou então referência de um esporte agora olímpico. Uma inspiração, sem dúvida, para estilistas locais desenvolverem coleções focadas em um cenário urbano que acolhia muitas tribos. Cada uma expressando através do visual o seu estilo de vida.
Testemunha viva desta fase, a Anjuss, que surgiu em 1995, sem dúvida, absorveu muito do clima trepidante, e um tanto contestatório, que na época pairava sobre a capital paranaense. Foi justamente da cultura das ruas curitibanas que a marca firmou sua identidade e atraiu adeptos entre o público jovem que buscava por um jeito de vestir que expressasse suas expectativas. Ao completar 30 anos em 2025, a comemoração não poderia ser outra senão uma coleção que aposta na nostalgia com a certeza de que ela ainda corresponde desejos e sonhos atuais. Nela, estão estampas que viraram hit quando do seu lançamento – como os alienígenas dos anos 1990 -, os personagens que povoaram os anos 2000 e a tipografia black letter, que virou assinatura da marca.
A Anjuss nasceu como uma loja independente na capital paranaense tendo como proposta vestir jovens urbanos, atentos à linguagem visual das ruas. “Desde o início, o foco foi criar peças que se conectassem com o cotidiano real dos jovens, valorizando a atitude, o conforto e a liberdade de expressão”, nas palavras de Luiza Boiko, diretora criativa da marca. Hoje a Anjuss conta com uma equipe de 200 profissionais e clientes fiéis de diferentes gerações que criaram vínculos emocionais com a loja, uma memória afetiva que serviu de base ao desenvolvimento da coleção comemorativa.
Um dos objetivos prioritários da empresa hoje é buscar a conexão com um público que olha para o passado com criatividade — especialmente a Geração Z, que mistura referências antigas com códigos atuais. “Essa geração tem uma forma muito interessante de reinterpretar o passado. Recontar a história da Anjuss com esse olhar é também uma forma de olhar pra frente”, esclarece Luiza Boiko.
Ao completar três décadas, a marca se mantém fiel ao que a fez crescer. Segundo destaca a diretora criativa, “a gente quer continuar evoluindo com os pés nas ruas e o olhar no futuro. Isso significa investir mais em escuta ativa, em parcerias com artistas e movimentos culturais, em tecnologia e, claro, em manter nossa essência acessível e autêntica. Os próximos 30 anos são sobre voar com quem acredita no poder da autoexpressão, da coletividade e do estilo como linguagem”.
ONDE ESTÁ
De uma marca local, a Anjuss tornou-se uma referência nacional em streetstyle acessível e atualmente conta com 20 lojas físicas no Paraná e em Santa Catarina e vende para todo o Brasil via e-commerce.