por Nereide Michel em 02/02/2023
As opções de moradia nas áreas centrais das grandes cidades – ou nos seus valorizados bairros – estão cada vez mais limitadas principalmente pela falta de espaços livres para a construção de novos empreendimentos. Não surpreende o grande número de residências antigas que, de um dia para outro, desaparecem para dar lugar a edifícios – geralmente de padrão classe A – com todos os recursos disponibilizados pelas inovações tecnológicas.
Uma proposta, contudo, está conquistando uma expressiva parcela de interessados em adquirir um imóvel com ambientação contemporânea e o conforto da modernidade apesar dele estar localizado em um prédio com muitas décadas de existência. Ela é baseada na filosofia “retrofit”, bastante popular nos Estados Unidos e Europa, que consiste na revitalização de construções, algumas centenárias, adaptando suas instalações às exigências atuais.
Uma oportunidade também de fechar um bom negócio quando se compara os preços de um imóvel que passou por uma readequação com um recém-lançado no mercado. Uma empresa curitibana, a R3 Retrofit, é testemunha da receptividade deste conceito de morar no setor imobiliário da cidade. Na verdade, é uma participante ativa uma vez que já entregou recentemente cinco imóveis com este perfil, além dos contratos sob demanda.

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Dois apartamentos situados no 24º andar do Edifício Excelsior, um antigo prédio no bairro Batel, exemplificam projetos de intervenção da equipe da R3 Retrofit. Os imóveis têm 155 m2, são semimobiliados, com projeto assinado pela arquiteta Flavia Bizinelli, que propôs ambientes leves, fluidos e com muita luz natural. “O desafio desse projeto foi reverter um apartamento unificado pelo antigo proprietário. Os clientes solicitaram espaços amplos, iluminados e funcionais, priorizando linhas retas e contemporaneidade”, destaca a profissional.
Os dois apartamentos do Excelsior têm sala e cozinha em conceito aberto, área de dispensa e lavanderia, uma suíte e duas demi-suítes, lavabo e home-office.

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Na cozinha Flavia Bizinelli optou por elementos para personalizar o ambiente como os azulejos da Coleção Carbono, desenhados por Rômulo Lass. Cada peça foi idealizada e pintada à mão pelo artista visual para compor o backsplash da cozinha.

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A ambientação, assinada por Flavia Bizinelli, inclui mobiliário autoral, obras de arte, objetos e luminárias. A poltrona Mole, com a banqueta Mole, de Sérgio Rodrigues, no hall de entrada, enfatiza a inspiração modernista do projeto. Proposta complementada pela luminária de piso de Cristiana Bertolucci. Na sala de estar, destaque para o aparador Isis, de Luan del Savio, e o banco Atari de Sergio Fahrer.

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A mesa de jantar ASA, de Roberta Banqueri, ganhou cadeiras do Studio Momenttum. Para completar o décor, a arquiteta apostou em diversos itens de Guilherme Wentz: mesa de centro Volta, luminária e mesa Adobe, mesa Alça, vaso Solo e banquetas Gravatá. Todo o mobiliário solto é da Momenttum.

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Na área íntima, os quartos receberam armários espaçosos para acomodar todos os pertences. A paleta neutra inclui tons de cinza e branco. Pontos de verde e o uso do preto em objetos de decoração e peças de iluminação fazem o contraponto às cores escolhidas. A poltrona Anel, de Ricardo Fasanello, é considerada um grande clássico dos anos 80: o móvel tem cilindro e base de ferro circundados por um saturnino anel inclinado que serve de apoio para costas e braços.

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As áreas sociais e úmidas receberam porcelanato e, na área íntima, o piso é vinílico. A ideia foi concretizar um projeto contemporâneo e atemporal mantendo o tradicional aliado à vida moderna, conforme esclarece o engenheiro civil Luiz Fernando Cordeiro, e um dos sócios da R3 Retrofit ao lado de Rodrigo Filippini Os apartamentos receberam novas instalações elétricas e hidráulicas, que garantem infraestrutura para 0 ar condicionado e a automação, além de chuveiros e torneiras monocomando.
