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por Nereide Michel em 31/07/2025

Sonho. Palavra repetida diversas vezes pelo empresário Álvaro Luiz Scheffer ao recepcionar o grupo de jornalistas, convidado pela APRE – Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal – que no início de julho esteve em Ponta Grossa para conhecer, em um exercício de imersão, o trabalho realizado pelas  empresas paranaenses de reflorestamento. Elas movimentam expressiva fatia da economia brasileira com os mais diversos produtos derivados de suas atividades. Álvaro Scheffer, com o filho também Álvaro, está à frente da Águia Florestal, um sonho semeado há décadas, do  qual vem colhendo – e compartilhando – os frutos.

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Sonho também faz parte do DNA? Sem encontrar resposta científica para tão singela questão, o exemplo reforça a possibilidade. Se hoje a Águia Florestal é um empreendimento bem posicionado no mercado setorizado do plantio e industrialização de madeira, trabalhando há 49 anos com técnicas sustentáveis e consciência ecológica, tem na raiz dessa proposta o sonho de Ferdinando Scheffer Júnior. Pai e avô dos Álvaros, ele ensinou e norteou os valores e princípios que fundamentaram a empresa familiar. O início como Metalúrgica Águia Ltda, fábrica de cofres e móveis de aço, em 1974, com a diversificação do foco nos negócios, como Águia Sistemas de Armazenagem, e finalmente, em 1989, como grupo Águia, abarcando um amplo leque de atividades.

A natureza e os  cuidados para evitar sua depredação, mirando as futuras gerações, também é uma herança do patriarca da família Scheffer. A sua paixão por florestas resultou na marca registrada da Águia Florestal – a preservação de araucárias. O que começou com capões da árvore símbolo do Paraná, ocupando áreas limitadas no município de Ipiranga, abrangem hoje cerca de 13 mil hectares pelos Campos Gerais, além de 40 mil mudas produzidas por ano.

O SONHO DA “CASA EMPACOTADA”

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Não surpreende o entusiasmo do empresário Álvaro Scheffer ao apresentar para os jornalistas da Press Trip, promovida pela APRE, o mais recente sonho concretizado com o selo Águia Florestal – uma casa projetada para ser fabricada por partes podendo assim ser transportada “empacotada” até o seu destino, onde será desembalada e montada no terreno do proprietário. Técnica e praticidade unidas para dar oportunidade a quem vive em áreas rurais, muitas vezes de difícil acesso, e sem condições de construir a sua moradia.

PASSO A PASSO

O primeiro passo foi encontrar o material adequado para realizar o projeto da “casa empacotada”. Ele atende pelo nome de CLT – Cross Laminated Timber – , madeira laminada cruzada, que resulta da união perpendicular de tábuas em camadas e permite a fabricação de placas de dimensões maiores, entre 2,40 m e 4,00 m de altura, e até 12,00 m de comprimento, ou mais, se necessário. Ideal para erguer as paredes de uma casa. A tecnologia foi desenvolvida na Áustria para reutilizar madeiras de menor valor econômico e foi adotada pela Águia Florestal.

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Das toras cortadas, cumprindo as normas do manejo de florestas que indicam as que estão no ponto para serem derrubadas, está a origem de vários produtos que dinamizam a atividade comercial do setor madeireiro. 

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Placas de CLT saindo da máquina – inicia aqui o processo da casa fabricada por partes.

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As primeiras paredes começam a ser erguidas e já com aberturas para portas e janelas.

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Cada detalhe da moradia é previsto para que na sua montagem o resultado atenda às expectativas do proprietário.

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A coloração da madeira também é definida na fabricação, segundo a preferência do futuro residente.

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As instalações elétricas e hidráulicas já fazem parte do projeto e chegam prontas para a ligação final na nova moradia.

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A casa fabricada por partes é embalada, segue empacotada para ser entregue no destino, onde será montada.

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Casa pronta para ser habitada. No seu interior, sala e cozinha conjugadas, dois quartos e banheiro.

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Lavanderia na área externa e a possibilidade de ampliação do imóvel.

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No projeto foi prevista uma varanda – indispensável para os moradores do campo. Nela, eles se reúnem para bate-papos, regados a rodadas de chimarrão, com os vizinhos e amigos.

O sonho da “casa empacotada” de Álvaro Scheffer dialoga com projetos sociais. Ela já integra a lista de empresas para a licitação que o Governo do Estado do Paraná abriu para a entrega de 300 imóveis populares no Rio Grande do Sul.

PINUS x ARAUCÁRIA

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O “forasteiro” pinus recobre extensas áreas de reflorestamento e a sua madeira é a matéria-prima para a fabricação de móveis, lápis, caderno e alguns tipos de celulose que são dela derivados são utilizados na indústria de alimentos, nos cosméticos e até em produtos farmacêuticos. Contudo, quando se pensa nele como um invasor, um degradador do meio ambiente, é importante lembrar que, ao contrário, o manejo controlado de florestas plantadas com fins comerciais traz benefícios à qualidade de vida do planeta por sequestrar carbono, recuperar áreas degradadas e por se tratar de recurso renovável. “A convivência com o nativo pinheiro é harmoniosa e benéfica para a Natureza. O uso da técnica do mosaico florestal, por exemplo, favorece o deslocamento de animais silvestres entre as árvores nativas. Na Águia Florestal a cada 1 hectare de floresta plantada deixamos 1,2 de hectare para araucárias preservadas”, destaca o empresário e engenheiro florestal Álvaro Scheffer Júnior.

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“Buraco do Padre”, atração turística de Ponta Grossa, está localizado na extensa propriedade da Águia Florestal. A restauração do complexo também é um dos sonhos materializados do empresário Álvaro Scheffer, compartilhado agora com os seus visitantes. Eles podem desfrutar, com conforto e segurança, de cenários onde se destacam reservas florestais de pinheiro nativo – uma das suas trilhas, inclusive, se denomina “das Araucárias”. A área, adquirida em 2015 por Ferdinando Scheffer, é administrada por Álvaro Scheffer Filho e o cunhado Álvaro Dias Filho.

 Águia Florestal é uma das 41 empresas e instituições comprometidas com o manejo florestal responsável e o desenvolvimento sustentável, que integram a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal. A APRE surgiu há 57 anos e entre suas iniciativas estão desde cursos técnicos até campanhas educativas e de prevenção. Além de projetos em parceria com a Embrapa Florestas, como o “Circule um Livro”, o “Dia da Árvore e o “Prêmio APRE de Jornalismo”, que tem como objetivo valorizar a comunicação e a educação ambiental. Em sua terceira edição, o tema de 2025 do concurso é “Florestas Plantadas e Tecnologia”.