por Nereide Michel em 13/10/2022
Mesmo tendo um dia – 12 de outubro – reservado para ser especial para as crianças, o mês todo acaba tendo este privilégio. Como acontece com maio, o das mães, e agosto, o dos pais. É o momento também de dar ênfase aos lançamentos de livros destinados ao pequeno leitor, que incentivam nele o gosto pela leitura enquanto servem de apoio ao desenvolvimento intelectual e psicomotor.

Como transformar os adultos para tornar o mundo um lugar mais tolerante e melhor de se viver? Foi esta pergunta que impulsionou a curitibana Vera Lúcia Magalhães a dar vida ao livro infantil “Laços de Virtudes”, com ilustrações de Marco Aragão. Por meio de uma escrita sensível, a autora visa despertar nas crianças senso de empatia para a vida adulta, ao apresentar a realidade como ela é: diversa e que clama por mais amor e respeito. O lançamento da obra aconteceu no dia 8 de outubro, na Biblioteca Pública do Paraná.
Os sete contos de ” Laços de Virtudes” têm tom narrativo e são uma verdadeira experiência sensorial – há um conteúdo interativo ao fim de cada capítulo que estende a história para além do livro. Por exemplo, através de um QR code, as crianças são convidadas a abrir um vídeo para meditar ou ouvir uma das histórias contada em voz alta. Também são incentivadas a colorir os personagens, fazer colagens e aprender a fazer origami.
AUTORA: Vera Lúcia Magalhães é formada em Educação Física pela USP e Educação Artística pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Por dez anos deu aulas de ballet para crianças, e sempre se perguntou como poderia construir um mundo melhor para elas. Mudou para o ramo corporativo e o questionamento interno não se aquietou, por isso aprofundou os estudos nas áreas humanas e entendeu que é preciso ensinar valores e virtudes ludicamente às crianças, ao invés de tentar transformar os adultos. Assim nasceu a “Vera escritora”.
ILUSTRADOR: Marco Aragão tem 45 anos de experiência na ilustração. Iniciou sua jornada na Editora Abril, na Redação Disney. Passou para a área de publicidade e atuou como diretor de arte e ilustrador por anos – carreira que lhe rendeu o prêmio “Profissionais do Ano”, para ação junto ao Ministério da Saúde. Montou o próprio estúdio, onde realizou dezenas de storyboards, lay-outs e livros (mais de quatrocentos) para os mais variados gêneros.

Junte bicho com vegetal… que combinação radical! Adriana Fernandes e Daniel Kondo foram pra feira maluca e voltaram com a sacola, quer dizer, cachola, cheia de ideias. “Feira feroz” é o mais recente título da dupla, publicada pela VR editora. Ao fundir em uma palavra bichos e vegetais, Adriana e Daniel mostram como criar novos vocábulos e provocam no leitor a vontade de fazer suas próprias combinações. A brincadeira continua ao final da leitura, quando um menu de vegetais e animais é apresentado aos leitores, convidando-os a participar ativamente da feira e criar novas palavras. São inúmeras as combinações possíveis.
AUTORES: Daniel Kondo é gaúcho e artista gráfico. O desenho sempre fez parte de sua vida. Assim como os doces à base de leite e ovos, que a avó fazia em Passo Fundo, cidade em que ele nasceu, no Rio Grande do Sul. Na biblioteca de sua casa de infância, apaixonou-se pelos livros e fez disso sua profissão. Ilustrou e publicou um montão deles. Mais de cinquenta! E ainda ganhou muitos prêmios. Kondo teve também uma passagem profícua e criativa como artista das páginas do suplemento Viver Bem, da Gazeta do Povo, de Curitiba, de onde saiu contratado pela agência de publicidade DPZ.
Adriana Fernandes é carioca e arquiteta. Adora comer biscoito Globo (típico das praias do Rio de Janeiro) e projetar livros. Como designer, deu vida e forma a muitas obras, organizando textos e imagens em páginas bonitas de se ver. Ela ama se conectar com pessoas bem humoradas e criativas, que têm o poder de rir de si mesmas.

Uma história em quadrinhos sem texto e com recurso de imagem 3D para deixar o pequeno leitor mergulhar junto com o personagem até o coração do oceano. “Jim Curioso”, obra de Matthias Picard, um dos mais importantes nomes do quadrinho francês contemporâneo, chega ao Brasil pela VR Editora e é indicado para crianças a partir de quatro anos. Até chegar ao fundo do mar, Jim encontra peixes, monstros marinhos e outros “moradores” um tanto estranhos e surpreendentes.
AUTOR: Matthias Picard nasceu em Reims, na França, em 1982. Formado pela Escola Superior de Artes Decorativas de Estrasburgo, é um dos mais importantes nomes do quadrinho francês contemporâneo. É também autor de “Jeanine”, primeira obra assinada por ele publicada no Brasil.

Ops! Tem um monstro no seu livro! Balance, remexa e faça cócegas nele para expulsá-lo de suas páginas. Convite para fazer as crianças cutucarem, girarem e sacudirem a obra interativa para se livrarem da indesejável companhia que fora dela pode estar em algum lugar do quarto… Ou será que não? O autor desse desafio é também conhecido de outro público, o da música pop: Tom Fletcher, que além de pai, é membro da banda inglesa McFly.
AUTOR: Tom Fletcher é um músico premiado, um bem sucedido autor infantil e estrela do YouTube. Também publicou com o colega da banda McFly, Dougie Poynter, outros títulos para crianças que venderam mais de um milhão de cópias na Inglaterra. Junto com o ilustrador Greg Abbott criou o “Tem um monstro no seu livro”, ideal para a hora de dormir. Editado no Brasil pelo Caminho Suave, selo do Grupo Editorial Edipro.

As crianças brincam e se divertem de muitas maneiras, mas algumas são mais envolventes, pois implicam o encontro com os amigos – e as alegrias parecem mais intensas quando são partilhadas. Ventinhos, histórias, desenhos, canções, jogos e pequenas estripulias fazem parte do cotidiano do herói do livro “Não consigo fazer cócegas” criado por Heinz Janisch e Helga Bansch, mas há experiências que ele não pode viver sozinho…
O texto poético e as ilustrações instigantes compõem a narrativa e convidam os leitores a participar das brincadeiras do personagem, iluminando a própria vivência. Um livro que até pode ser lido sozinho, mas pede a companhia de pessoas queridas. Da Editora Maralto.
AUTOR: Heinz Janisch nasceu em 1960 em Güssing, na Áustria. Escreve livros infantis e para adultos. Recebeu vários prêmios literários, incluindo o Prêmio Estatal Austríaco de Poesia Infantil 2005, o Prêmio Austríaco de Arte para Literatura Infantil e Juvenil 2018 e o Grande Prêmio da Academia Alemã de Literatura Infantil e Juvenil 2020.
ILUSTRADORA: Helga Bansch nasceu em 1957, em Leoben, na Áustria. Escreveu e ilustrou dezenas de livros infantis e fez exposições na Áustria, Itália, Portugal, Croácia e Eslováquia.

Selecionada para o catálogo brasileiro apresentado em 2014 na Feira do Livro Infantil de Bolonha, na Itália, “Uma noite espetacular”, obra de AnnaLaura Cantone e Adriano Messias, mostra que uma árvore pode ser mais que uma árvore. Talvez ela seja um palco vertical e longo para a convivência de muitos bichos, ou até mesmo o cenário de uma festa. Os pequenos leitores, convidados especiais dessa noite espetacular, são acolhidos logo na chegada e, com os personagens – coruja, guaxinins, morcego, pássaros e outros habitantes da árvore –, nas viradas das páginas do livro, alcançam, aos poucos, a celebração que se anuncia.
A narrativa é feita exclusivamente com ilustrações coloridas e delicadas que, além fazerem ouvir a música e sentir o frescor da ocasião, sugerem o ritmo da história contada. Editora Maralto
ILUSTRADORA: AnnaLaura Cantone nasceu na cidade italiana de Alessandria, em 1977. Recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais e desde 2008 trabalha com criação de personagens e direção de arte de uma série de desenhos animados exibida na televisão italiana RAI.
ROTEIRISTA: Adriano Messias nasceu em Minas Gerais, é escritor de livros para crianças e jovens, formado em Jornalismo e Letras. É mestre em Comunicação e Sociabilidade e doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Estudou no Departamento de Psicanálise da Universidade Paris VIII, onde passou a entender mais sobre a análise das imagens e dos textos escritos.

Os vinte e cinco poemas do “Só de brincadeira” são um elogio às infâncias e à fantasia. Os autores, Leo Cunha e Anna Cunha, passeiam por brinquedos e brincadeiras que fazem parte da história das crianças brasileiras, as de hoje e as de ontem: amarelinha, varetas, pula-carniça, bola, boneca, dominó, esconde-esconde, bambolê, vaca amarela, videogame… Arranjar as palavras em poesia faz parte desse inventário, que recria a memória com ritmos, melodias, cores e, claro, sons imaginários da alegria de brincar.
O livro, editado pela Maralto, ganhou vários prêmios e destaques: Selo Distinção Cátedra Unesco de Leitura 2018 – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); Selo Altamente Recomendável 2019 – Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ); Selecionado para o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) Literário 2018 – Ministério da Educação (MEC); Prêmio 30 Melhores Livros Infantis do Ano, 2019 – Revista Crescer e Selecionado para o catálogo brasileiro apresentado na Feira do Livro Infantil de Bolonha 2019, na Itália.
AUTOR: Leo Cunha nasceu em Bocaiúva, Minas Gerais, em 1966. É doutor em Artes pela Escola de Belas Artes da UFMG. Escreveu mais de 60 livros, entre literatura infantil e juvenil, crônicas e poesia, e publicou contos e poemas em diversas antologias. Seus livros receberam prêmios no campo da literatura infantil e juvenil, como João-de-Barro, Jabuti, Nestlé, Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), Biblioteca Nacional, Adolfo Aizen e Concurso Nacional de Histórias Infantis do Paraná. Traduziu mais de 20 livros de literatura infantil e juvenil, do inglês e do espanhol.
ILUSTRADORA: Anna Cunha nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1985. É graduada em Artes Plásticas pela UEMG e pós-graduada em Ilustração pela Escola de Disseny i Art, da Universitat Autònoma de Barcelona. Ilustrou dezenas de livros publicados no Brasil e no mundo, com títulos selecionados para o Catálogo de Bolonha e premiados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Foi finalista do Prêmio Jabuti, na categoria Ilustração, e recebeu menção honrosa no Prêmio João-de-Barro, na categoria Livro Ilustrado.

Casa é proteção, aconchego e segurança, tudo isso que nos ajuda a crescer e a sair para o mundo. “Um livro pra gente morar”, dos autores Sílvia Oberg e Daniel Cabral, com os poemas de José Paulo Paes, Elias José, Sérgio Capparelli, Roseana Murray, Ricardo Azevedo, Ferreira Gullar, Eloí Elisabet Bocheco, Alexandre Azevedo, Fernando Paixão, Paulo Leminski, Henriqueta Lisboa e Sylvia Orthof, oferece aos pequenos leitores um outro olhar sobre as miudezas do cotidiano, reinventando-as em poesia. Uma construção, onde “somos habitados pelos versos, ao mesmo tempo que os habitamos, com seus ritmos e melodias, delicadezas e divertidas brincadeiras.”
“Um livro pra gente morar”, editado pela Maralto, recebeu vários prêmios e destaques: Finalista do Prêmio Nami Concours 2018 – Nami Island International Illustration Concours, Coreia do Sul; Selo Distinção Cátedra Unesco de Leitura 2018 – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); Selo Altamente Recomendável 2019 – Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ); Prêmio 30 Melhores Livros Infantis do Ano, 2019 – Revista Crescer; Selecionado para o catálogo brasileiro apresentado na Feira do Livro Infantil de Bolonha 2019, na Itália e Menção Honrosa para o editor 2019 – Bienal de Ilustração de Bratislava, na Eslováquia.
ORGANIZADORA: Silvia Oberg é graduada em Letras pela PUC-Campinas, especialista em Literatura Portuguesa pela Universidade de Coimbra, Portugal, mestre e doutora pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Atua como pesquisadora nas áreas de literatura, leitura e mediação cultural e colabora para veículos especializados na área da educação. Já foi curadora, autora e adaptadora de coleções da Folha de S.Paulo. Desenvolveu atividades na Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato.
ILUSTADOR: Daniel Cabral nasceu em Ribeirão Preto (SP) e se dedica ao público infantil. Cursou Escultura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, em Curitiba. Em 2010, com “Arapuca”, com foi indicado ao Prêmio Jabuti, na categoria Ilustração de Livro Infantil ou Juvenil.

Nina é uma criança que, ao contrário de suas amigas, de sua mãe e das mães de suas amigas, não gosta da cor rosa e de muitas outras coisas que, dizem, foram feitas para as meninas. A irreverente personagem criada por Daniela Galanti, no livro “Ninanão”, editada pela Maralto, é o foco de uma narrativa bem-humorada, que descreve com delicadeza e coragem a sua escolha dos próprios caminhos. A obra é construída com palavras e imagens, e suas poucas cores – preto, cinza, rosa e azul – intensificam os sentidos sugeridos pelo texto verbal e convidam o leitor a se envolver em uma história que se renova a cada leitura, quando novos detalhes e sua relação com o que está sendo contado se apresentam nas suas páginas.
“Ninanão” recebeu o Selo Distinção Cátedra Unesco de Leitura 2021 – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)e o Selo Altamente Recomendável 2022 – Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).
AUTORA: Daniela Galanti cresceu com o lápis na mão. Em suas cartas ao Papai Noel, sempre o mesmo pedido: “uma caixa de lápis de cor, por favor”.

Duas crianças brincam sozinhas em seus quintais vizinhos, mas uma bola nas mãos do menino promove uma curiosa aproximação com a menina, que até então estava do outro lado da cerca. O que poderia ser um jogo mostra-se uma grande disputa em torno do tamanho da bola, que nas mãos de um e outro vai se apresentando em versões cada vez maiores e mais coloridas. Com este roteiro, Raquel Matsushita assina uma obra plena de lições de convivência e de descobertas. Narrada com fotografias e ilustrações, em um bonito jogo de cores, a história apresenta uma surpreendente reviravolta, transformando a concorrência entre os dois em gargalhadas e encontro de verdade.
“A bola do vizinho”, livro editado pela Maralto, foi finalista do Prêmio João-de-Barro 2015, na categoria Livro Imagem – Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte e selecionado para o catálogo brasileiro apresentado na Feira do Livro Infantil de Bolonha 2016, na Itália.
AUTORA: Raquel Matsushita nasceu em São Paulo. É designer gráfico e ilustradora. Graduou-se em Publicidade e Propaganda pela Universidade Metodista de São Paulo e especializou-se nos cursos de Design Gráfico, Cor e Tipografia na School of Visual Arts, em Nova Iorque. Tem trabalhos premiados na Bienal de Design Gráfico de 2015. Participou do catálogo da Feira de Bolonha em 2016 e 2017. Venceu dois prêmios Jabuti e os prêmios da Biblioteca Nacional e da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

A educação vem de berço. A popularizada e verdadeira máxima inspirou a autora cearense Anna Oliveira a escrever “O Canto da Serra”, segundo ela, “uma forma encantadora das crianças aprenderem o que é sustentabilidade”. O livro conta a história de Sara, uma menina com oito anos de idade. Guiada por um canto hipnótico, ela vai subindo a Serra de Guaiúba, no Ceará, até o encontro com misteriosas bolinhas coloridas que a apresentam a um mundo desconhecido em meio à natureza. Uma incrível experiência que se refletirá em atitudes e escolhas durante toda a vida e uma rica lição para transmitir às novas gerações. Sem dúvida, uma obra que vai ajudar o pequeno leitor a desenvolver um vínculo com o meio ambiente e a observar o mundo que as rodeia, ensinando-o a cuidar do planeta. “O Canto da Serra” foi editado pela Ases da Literatura, Selo Asinha.
AUTORA: Anna Oliveira nasceu em Fortaleza e é diretora de Núcleo de Monitoramento Cultural e Educacional. Quando criança, na escola primária, sua redação foi escolhida como a melhor do colégio. O amor de sua avó materna despertou na autora o gosto pela literatura. Ficava na fazenda “Capão do Maxixe” a ler literatura de cordel para Dona Maria Leonarda Brito. Também é autora de “Meu Mineiro amor e outros contos”.
