O tempo não para. E quando paramos por conta de uma situação fora do nosso controle, ele para também? Evidentemente que não. O relógio continua a marcar as horas, mas o tempo que fazia parte da nossa rotina deixa de existir. Ficamos com tempo para descobrir o que o tempo anteriormente nos agendava, muitas vezes, em condição de obrigatoriedade. Foi o que aconteceu com a artista visual gaúcha, radicada em Curitiba, Marta Berger, que durante a reclusão causada pela pandemia do coronavírus – que o tempo apague suas más lembranças –  encontrou uma nova forma de expressar a sua arte. Ela se viu diante de uma transformação criativa. Seus desenhos traçados no bico de pena ou no máximo aquarelados, ganharam cores. Uma reação contra tempos cinzentos e sombrios. O resultado desta nova fase de Marta Berger pode ser conferido na exposição “Levo meu tempo”, que está na Artestil Galeria de Arte.

Como a artista destaca foram as cores que a salvaram em tempos de incertezas, “ elas que traziam alegria pra mim”.  A pandemia também foi tempo de voltar ao passado, para o tempo em que Marta se deu conta de que “era gente’, em suas palavras. Este olhar também é bem evidente na produção voltada para a família, sua relação com a mãe e as irmãs. As obras conversam com suas primeiras influências, a arte sacra, o vestido da missa de domingo herdado da irmã mais velha.

Divulgação

O título da mostra, “Levo meu tempo”, é um convite à reflexão sobre o tempo de produção de cada obra, os tempos de pandemia e o tempo presente. São mais de 30 obras: 20 telas, 17 desenhos e duas esculturas, que já fazem parte do acervo da Artestil.

ONDE ESTÁ

EXPOSIÇÃO “LEVO O MEU TEMPO”

MARTA BERGER

Artestil Galeria de Arte

Alameda Dr. Carlos de Carvalho, 1663

Período expositivo: até 29 de abril

De segunda a sexta-feira, das 9h30 às 18h30, e sábado, das 9h30 às 13h30.