COISA NOVA CARDÁPIO

por Nereide Michel em 07/05/2025

Queijo e vinho. Quem resiste a esta dupla numa mesa preparada com um toque gourmet? Ainda mais se nela estiverem produtos “feitos no Paraná”. A evolução de ambos é confirmada em importantes concursos Brasil afora.

 

O queijo paranaense já é medalhista consagrado em eventos nacionais e internacionais, enquanto o vinho com origem no estado vem acumulando premiações nos últimos tempos nas mais diversas categorias – dos tintos aos espumantes – comprovando a excelência dos blends elaborados pelas nossas vinícolas. A Vinícola Legado, de Campo Largo, por exemplo, recebeu medalha de ouro com o espumante Flair Nature e prata com o Flair Brut no Concurso Mundial de Bruxelas de 2018. Enquanto os espumantes Lunar Brut, Moscatel e Moscatel Rosé, da Vinhos Campo Largo, da Famiglia Zanlorenzi, trouxeram para casa recentemente mais prêmios internacionais. 

Este ano é de consagração para os vinhedos Constantini, de Porto Amazonas, e Franco Italiano, de Colombo, com rótulos que conquistaram reconhecimento em uma das mais prestigiadas competições mundiais – a de Vinalies, realizada em Cannes, na França. O concurso, que contou na edição 2025 com a participação de mais de dois mil rótulos de 36 países, destaca-se pela rigorosa avaliação em degustações às cegas conduzidas por renomados especialistas internacionais.

OS PREMIADOS DE 2025

Medalhistas de ouro no Vinalies 2025, os vinhos Don Constantino e Enigma, da Bodega Constantini, são elaborados com uvas cultivadas no vinhedo Costantini, que tem raízes na Cordilheira dos Andes, na região argentina de Angaco. “A fusão das tradições do país vizinho com o terroir brasileiro deu origem a rótulos de grande personalidade e expressão, que já vêm conquistando enófilos exigentes”,  define o diretor da vinícola, Alessandro Constantini. 

Letícia da Rosa

O Enigma é um blend surpreendente, que combina as uvas Syrah, Tannat, Cabernet Sauvignon, Malbec e Bonarda, trazendo um perfil aromático rico e intrigante. Com teor alcoólico de 13,5%, amadureceu dois anos em garrafa e possui potencial de guarda de cinco anos. Sua coloração rubi de média profundidade, tem aroma de frutas vermelhas, doce de leite, café, leve toque de envelhecimento. Seu paladar é equilibrado, médio corpo, taninos macios, boa acidez e persistência. Com uma temperatura ideal de serviço entre 16°C e 18°C e decantação de 30 minutos, o Enigma revela camadas de sabor que se destacam pela sofisticação e equilíbrio.

Letícia da Rosa

O Don Costantino traz um blend composto por Syrah,Tannat e Cabernet Sauvignon, refletindo o estilo encorpado e elegante da vinícola. Com 13,5% de teor alcoólico, também amadureceu dois anos em garrafa e tem o mesmo potencial de guarda de cinco anos. Com coloração rubi de média profundidade e aroma de frutas vermelhas, chocolate meio amargo, couro, tabaco, café e um toque de mineralidade, traz  excelente complexidade. O paladar é equilibrado, complexo, bom corpo, boa acidez e taninos marcantes, com final médio a longo.

Divulgação

O rótulo Censurato Cabernet Sauvigon, da vinícola Franco Italiano, repetiu o feito de 2023 ao conquistar a medalha de ouro no Vinalies 2025 na sua categoria. O vinho é um varietal, 100% de Cabernet Sauvignon, produzido e vinificado com extremo cuidado. A colheita da uva é totalmente manual e o vinhedo, situado a aproximadamente 450 metros do nível do mar, oferece condições para conferir boa acidez e maturação à fruta. No processo de vinificação os cachos são selecionados, totalmente desengaçados e antes de serem fermentados em tanques de inox, passam por maceração pré-fermentativa a frio por 15 dias. Após o processo inteiro, o vinho é submetido a reação malolática espontânea e completa, além do amadurecimento em barricas de carvalho francês e americano por 18 meses. O resultado é uma bebida elegante, equilibrada e de corpo intenso.

Divulgação

Lembrando que o nome da vinícola – Franco Italiano – é uma homenagem aos imigrantes franceses e italianos que chegaram à região de Colombo, em 1878, em busca de uma vida melhor em um novo país. Foi nesta época que a família Rausis, vinda da França, e a família Ceccon, da Itália, se estabeleceram na região e trouxeram consigo a tradição do cultivo da parreira e da produção do vinho em suas casas. O casamento de Ivonne Ceccon e Dirceu Rausis, em 1973, selou uma união que batizou o empreendimento. Ao longo dos mais de 20 anos de história, a vinícola já conquistou 17 premiações.