Linkultura

por Nereide Michel em 22/11/2016

 

A capital dos paranaenses, cujo nome procede do “falar” indígena – Coré etuba, muito pinhão, que resultou em Curitiba – ganhou um espaço especial para divulgar a cultura de inúmeras tribos que ainda habitam o território nacional. Algumas infelizmente estão extintas. Daí a importância de uma iniciativa particular como o Museu de Arte Indígena, inaugurado no dia 18 de novembro,  que possibilita uma verdadeira imersão no universo dos moradores autóctones do nosso país. Explorando os sentidos do olfato, visão e audição dos visitantes, conta com mais de 700m² de exposição e com um rico acervo  que inclui cerâmica, cestarias, máscaras ritualísticas, objetos e adornos, com destaque para trabalhos em  plumária.

O MAI é o primeiro museu particular do Brasil dedicado a resgatar e preservar a arte indígena. Nasceu graças à dedicação e empenho de Julianna Podolan Martins, que agora disponibiliza ao público sua coleção particular, formada em viagens por ela realizadas em busca de um  autêntico tesouro nacional, gerado pelas mãos indígenas. Tudo começou quando adquiriu algumas peças em uma aldeia situada em Aquidauana, no sul do Mato Grosso do Sul, e  a empresária não parou mais de pesquisar e realizar expedições por este país adentro.

CONHECER O “DESCONHECIDO”

 O museu foi projetado para retratar as riquezas culturais e a diversidade  dos nossos indígenas. As paredes seguem linhas orgânicas, inspiradas no formato de uma sucuri. Dividido em dois ambientes, que representam o ar e a terra – elementos que fazem parte das tradições de tribos brasileiras -, o primeiro andar é dedicado principalmente à arte plumária e o segundo, às cerâmicas, objetos ritualísticos, musica e cotidianos.  Ao proporcionar uma nova abordagem à cultura indígena, o MAI pretende instigar o visitante a formar uma nova mentalidade crítica sobre o índio brasileiro. “Nossa ideia é desconstruir a imagem do indígena genérico, que normalmente é ensinado nos livros de história nas escolas. Queremos ressaltar a diversidade geográfica, linguística, cultural e física das diversas etnias brasileiras”, esclarece Julianna Podolan Martins, idealizadora e presidente do museu. Para alcançar tal  objetivo são organizadas  visitas guiadas feitas em pequenos grupos, para que os participantes consigam absorver  informações detalhadas sobre as diferentes culturas. 

BRINDE À CULTURA

A inauguração do MAI também oportunizou o lançamento do Índio Rei DOC 2014, produzido pela vinícola portuguesa Aurora Brava, que é o vinho oficial do museu. Uma parceria que destaca a importância de ter um espaço dedicado à cultura indígena brasileira que, em muitos momentos da nossa história, entrelaça-se com a pátria dos descobridores do Novo Mundo.

A vinícola utiliza como inspiração para seus rótulos as obras do Museu Nacional Grão Vasco (MNGV), de Viseu, em Portugal. Para homenagear o nosso país e os seus primeiros moradores desenvolveu o Índio Brasil, que tem na apresentação da garrafa uma ilustração criada a partir de uma obra de Vasco Fernandes. O artista pintou pela primeira vez a imagem de um indígena, em Portugal, em 1502, tendo por base a descrição da carta de Pero Vaz de Caminha. Coube ao enólogo Carlos Silva o desafio de criar um vinho que expressasse a essência da cultura indígena.

 ONDE ESTÁ

Museu de Arte Indígena – MAI, Avenida Água Verde, 1413, Água Verde, Curitiba.

Site: www.maimuseu.com.br

Visitas agendadas pelo e-mail maimuseudearteindigena@gmail.com ou pelo telefone (41) 3121-2395.