por Nereide Michel em 14/02/2014
Tanto quanto a moda, o design já se equipara oficialmente às chamadas atividades culturais clássicas –dança, teatro, música, artes plásticas, literatura etc – podendo pleitear assim o mesmo tratamento reservado a estas nas políticas de incentivo. A moda e e o design, segundo avaliação que comprove inspiração e execução de peças segundo os parâmetros que norteiam a cultura, podem e devem estar em um museu. Compartilhando espaço com quadros e esculturas. Um exemplo é o mobiliário com a assinatura do designer Jayme Bernardo em exposição no Museu Oscar Niemeyer. São 25 peças, todas com uma história, cheia de emoção, para contar. Tal qual uma obra de arte. A mostra chama a atenção pela concepção como foi trabalhada pela curadora Consuelo Cornelsen. Cada peça mereceu uma instalação própria, multimídia, com vídeo que narra o roteiro de cada mesa, cadeira, poltrona, aparador ou sofá – do seu nascimento ao móvel pronto para uso e para a ser admirado, como uma pintura em destaque em um ambiente. Mesmo produzido em escala industrial, ele tem a personalidade do seu criador. Como define Consuelo Cornelsen, “a exposição foi pensada para que as peças fossem apresentadas de maneira mais solta e inseridas à modernidade escultórica do aço Corten e do videoclipe. Assim, cada móvel se integra com a imagem e a textura sonora de forma criativa e interativa”.
Jayme Bernardo é fascinado por design de mobiliário desde a faculdade (UFPR), e sempre desenhou móveis exclusivos para seus projetos de interiores. Há três anos, em 2010, criou um departamento específico de design em seu escritório, “não só para aumentar a produção dessas peças, mas com a intenção de ter um espaço para criação de mobiliário que expressasse beleza estética, inovação no uso de materiais e, ao mesmo tempo, para ter conexão com os projetos arquitetônicos”, esclarece.
Eis algumas obras de Jayme Bernardo em exposição no MON. Estas e as demais podem ser apreciadas na sala 05 do museu até o dia 23 de março de 2014.
Mesa Medusa foi premiada em 2012 na versão brasileira do IDEA Awards, categoria prata. A peça atrai olhares pela multiplicidade de pés.
Mesa de Centro Arcos, premiada em 2013 no IDEA Awards, versão brasileira, tem na flexibilidade do material, Corian, da DuPont, um dos seus atrativos.
Mesa Bailarina, com pés de aço, mas com a leveza e a delicadeza de quem rodopia no palco.
Platô, liberdade de composição em uma peça funcional que deve primar pelo conforto.
Nona, produzida pela Decormade, uma cadeira na qual o toque do designer faz a diferença.
Mesa de Centro Entrelaçada, sensação de movimento em um projeto arrojado.
Banco Dois lembra uma ampulheta e é uma dica para um espaço que pede cores.
Mesa de Apoio Toy, em MDF laqueado, confere bom humor em clima lúdico. Boas lembranças da infância.
Mesa Tsuru se inspira na arte japonesa da dobradura de papel, mas com chapas metálicas.
Mesa Poligonal explora a elegância das linhas curvas, possível até no cobre.










