por Nereide Michel em 25/10/2024

Divulgação
A fachada discreta de um imóvel, localizado quase no final do trajeto da Alameda Princesa Izabel, no Bigorrilho, nada revela do que está guardado no seu interior. Mas é só transpor a porta de entrada para sentir-se capturado pela magia de um espaço repleto de tesouros e segredos. Sem necessidade de apresentar passaporte começa então uma viagem com várias escalas em épocas diferentes materializando o sonho, que não é de poucos, de passar de um século a outro, de uma cultura a outra, em uma fração de minutos. Com a imaginação liberada para devanear sobre o motivo pelo qual peças tão valiosas saíram dos seus locais de origem para integrar um acervo digno de um museu. Cada item, sem dúvida, tem a sua história ligada a personagens reais, o que o torna ainda mais precioso.
Viver tal experiência está embutido em um tipo de empreendimento que trabalha com acervos familiares, em expansão nas últimas décadas por uma série de razões – desde mudança de endereço, de uma casa maior para um espaço menor, transferência de cidade ou necessidade econômica.

Acervo Coisas de Família / Patricia Amancio
Coisas de Família, a loja da Alameda Princesa Izabel, tem a própria história de afeto e de esperança no seu promissor futuro, segundo conta a sua proprietária, Thereza Cristina Grein Gurgel Valente. Tudo começou em 2017 quando ela observou que a decoração afetiva e o vintage consciente ganhavam prioridade na pauta de arquitetos e designers diante da demanda de clientes que, cansados da frieza minimalista, buscavam o aconchego de um lar para a sua moradia. Foi quando Thereza transformou a garagem de sua casa em um espaço de exposição e venda de objetos que pertenciam às famílias de suas amigas. A grade de uma janela, vinda da residência da avó de seu marido, foi para o teto e se transformou num suporte para o lustre, e uma arquiteta sugeriu as cores preto e amarelo para a marca. Assim surgiu a primeira loja Coisas de Família.

Acervo Coisas de Família/ Patricia Amancio
As redes sociais serviram de canal para a divulgação do negócio e a partir de 2019 Thereza começou a promover encontros, com o apoio da irmã Maria Luiza Grein Vieira, para ampliar a gama de interessados em peças antigas para compor a ambientação de suas residências. Um grande impulso para a atividade foi dado durante a pandemia, em 2020, período em que muitas famílias se desfizeram de seus acervos e outras adotaram o hábito de receber em casa – acompanhado do desejo de surpreender os convidados com uma louça, um cristal ou um item decorativo diferentes.

Sala de jantar / Patricia Amancio

Sala com escritório e biblioteca/ Patrícia Amancio
A receptividade do empreendimento resultou na decisão de ampliar o espaço para atendimento ao público. Em outubro de 2022 a Coisas de Família foi instalada no atual endereço. A casa, discreta externamente, revelou-se ideal para a expansão do negócio que hoje ocupa mais de 200m² e inclui um segundo andar, onde peças estão expostas em quatro ambientes independentes: sala com galeria de arte, sala com mesa de jantar para pequenos eventos, sala com escritório e biblioteca e um lavabo funcional. Espaços projetados com a proposta de estreitar relacionamento com arquitetos e designers – um objetivo que já se materializou com sucesso com a inauguração no dia 17 de outubro do novo showroom da loja/galeria, assinado pelos profissionais Angela Chinasso, Carlos Reichmann, Flavia Glanert e Gustavo Scaramella.

Acervo Coisas de Família / Patricia Amancio
O trabalho em equipe dos arquitetos Angela Chinasso, Carlos Reichmann, Flavia Glanert e Gustavo Scaramella resultou em soluções criativas e ousadas para o showroom.

Acervo Coisas de Família / Patricia Venacio
Aqui o moderno convive com o passado no contraste entre a arte contemporânea e móveis e abajur dos “tempos da bisavó”.

Acervo Coisas de Família / Patrícia Amancio
Na interpretação dos arquitetos, o lavabo funcional surpreende pela disposição de móveis, objetos e arte em um pequeno espaço.

Acervo Coisas de Família / Patricia Amancio
Toda a curadoria é feita por Thereza Gurgel Valente, que prioriza peças exclusivas, em excelente estado de conservação e com bom custo-benefício. Muitas delas são raras e vêm de fornecedores que viajam pelo mundo para garimpar itens selecionados. Esse trabalho minucioso de conhecer a história por trás de cada objeto garante um atendimento personalizado.

Acervo Coisas de Família / Patricia Amancio
De olho no passado mas mirando o futuro. O lançamento de catálogos com itens exclusivos e o site reformulado. além do novo showroom, são novidades da Coisas de Família destacadas por Thereza Gurgel Valente.
PRECIOSIDADES DA CASA

Acervo Coisas de Casa / Patricia Amancio
O portfólio de Coisas de Família inclui móveis de madeiras nobres, lustres, cristais, prataria, louças, têxteis, objetos de decoração e obras de arte, além de peças modernas, assinadas por designers contemporâneos. Entre os destaques do acervo estão um balcão de madeira de lei e um jogo de jantar de 1890, um armário e um espelho franceses de 1920, e quadros de 1930. Pratarias sem uso da Christofle, jogos de taças Baccarat, jogo de jantar Rosenthal, cristaleira centenária e móveis que já pertenceram a personalidades paranaenses também despertam o interesse dos clientes.

Divulgação
Um atrativo extra na Coisas de Família: o Espaço Lenzi, com venda exclusiva do acervo de Adoaldo Lenzi, executor dos painéis de Poty Lazzarotto, e de seu filho, colecionador e também artista, Adoaldo Lenzi Junior.
ONDE ESTÁ
COISAS DE FAMÍLIA
Alameda Princesa Izabel, 1430, lojas 02 e 04, Bigorrilho
Segunda a sexta das 10h às 18h30
Sábado das 10h às 13h
(41) 99876-2104