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por Nereide Michel em 06/07/2017

Quando  se fala em design brasileiro, aquele que expressa nos produtos a essência do nosso país, um nome salta rapidamente na memória: Irmãos Campana. Por que isso acontece? A resposta é direta: o olhar da dupla não mirou além-fronteiras, mas, sim para o quintal de casa quando começou a desenvolver seus primeiros e curiosos objetos. Foi nele que Humberto e Fernando descobriram a matéria-prima para assinar criações que receberam reconhecimento pela “coragem da simplicidade”. Sem se preocupar com o que o resto do mundo estava fazendo os dois foram recompensados justamente pelo sofisticado mercado internacional. Hoje a assinatura Irmãos Campana está em linhas de edições limitadas e numeradas de peças únicas com logos como  Alessi, Baccarat, Edra, Fendi, Grendene, H. Stern, Lacoste, Louis Vuitton, Moleskine, Trousseau, entre outras empresas de prestígio mundial. E, é claro, seu mobiliário instigante também compõe o acervo de museus – entre estes, o MoMa, em Nova York, e o Centro Georges Pompidou, em Paris –  como referências do design contemporâneo, uma vez que está profundamente associado aos conceitos de transformação, reinvenção e integração. Proposta esta que reveste o artesanato de uma roupagem ousada, pois beira à uma obra de arte, sem desligá-lo da funcionalidade, que lhe é intrínseca.

 Mas o que havia de tão especial no quintal de Fernando e Humberto Campanha, que fundaram um estúdio em 1983, em São Paulo, com a ideia fixa de literalmente  inserir o Brasil em suas criações? Nada diferente do que faz parte do dia a dia de todo morador deste país: arame, plástico, palha, corda, ferro, madeira, tecidos descartados, couros e metais diversos. Lembranças em forma de bonecos de pelúcia. O resultado são móveis inacreditavelmente “familiares e cotidianos” que foram reunidos em uma das mais intrigantes exposições já realizadas pelo Museu Oscar Niemeyer. No espaço do  Olho estão 130 obras icônicas dos irmãos designers como as poltronas Vermelha (1998), Favela (2003) e Corallo (2003), produzidas pela empresa italiana Edra; além de peças do início da carreira, como as cadeiras da coleção Desconfortáveis (1989); até trabalhos mais recentes, como a linha  Assimétrica (2017) fabricada pela Tok&Stok. 

A exposição tem curadoria da designer curitibana Consuelo Cornelsen, que trabalhou em simbiose com Humberto e Fernando Campana, que criaram uma ambientação exclusiva e emocionante para a retrospectiva de uma carreira ímpar.

 A mostra Irmãos Campana fica aberta até o dia 20 de agosto e pode ser visitada de terça a domingo, das 10h às 18h. Ingressos custam R$ 16 e R$ 8 (meia-entrada). Nas quartas a entrada é franca. Maiores de 60 e menores de 12 anos têm entrada gratuita todos os dias.

 E SE QUISER LEVAR OS IRMÃOS CAMPANA PARA CASA?

 A sugestão é passar na loja Tok Stok do Shopping Curitiba que comercializa com exclusividade em Curitiba a coleção Assimétrica. Móveis em MDF laqueados em diversas cores, inspiradas na Mata Atlântica,  montáveis e fáceis de executar. Os planos verticais e horizontais das peças se tocam para formar uma série funcional, prática e leve, que inclui mesa, aparador, escrivaninha, estante, três tipos de bancos e uma cadeira. Abaixo, um zoom na mesa com banco para três lugares.