por Nereide Michel em 21/05/2024
Incluir=integrar, inserir, incorporar, englobar, abarcar. São muitos os sinônimos para um verbo que deveria ser conjugado por todos. Ele deveria fazer parte da rotina com a mesma naturalidade com que se conjuga outros que refletem as necessidades básicas do cotidiano – comer, beber, trabalhar, estudar, ir ao supermercado e por aí segue a listinha que particulariza as tarefas do dia a dia.
A importância da inclusão como forma de igualar e valorizar o papel de todos os indivíduos no desenvolvimento social, econômico e cultural de um país, está na raiz da proposta do 3º Festival Inclusão em Cena, que acontece de 23 a 25 de maio no Museu Oscar Niemeyer. Uma programação diversificada e multicultural testemunha o quanto uma comunidade perde ao não lançar um olhar ampliado abarcando toda um numerosa gama da população que infelizmente ainda é deixada à margem do processo que dinamiza as atividades que movem a infraestrutura urbana.
Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua) de 2022 do IBGE, que estima 18,6 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, o Festival Inclusão em Cena visa chamar atenção para uma parcela expressiva da população que enfrenta desafios diários, desde o preconceito até a baixa escolaridade e a vulnerabilidade social. Realizado pelo Coletivo Inclusão e pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o evento tem como objetivo central destacar, discutir e despertar consciências sobre a inclusão das pessoas com deficiência (PCDs) na sociedade brasileira.
Painéis, palestras, balcão de inovação, mutirão de empregabilidade, oficinas, apresentações artísticas e mostra cultural integram a programação do evento. André Caminski, um dos gestores do Coletivo Inclusão, enfatiza a importância de reunir diversas vozes para debater as questões da deficiência e convida a comunidade a participar deste diálogo. “Muitas vezes, o público não está ciente das barreiras que as PCDs enfrentam diariamente. Ao destacar essas questões, queremos sensibilizar a comunidade, ajudando a todos a entender melhor os desafios enfrentados pelas PCDs. Essas pessoas estão entre nós, se não são nossos familiares, são conhecidos ou pessoas que conhecemos ao longo da vida e merecem ser cidadãos em sua integralidade”, enfatiza.
DESTAQUES DO FESTIVAL
-Durante os três dias do evento, no vão livre do MON, acontece o Balcão de Inovação com dez exemplos de iniciativas voltadas ao público PCD. Projetos e empresas, que desenvolvem soluções inovadoras e tecnologias acessíveis que podem melhorar a qualidade de vida das PCDs incluem desde dispositivos de assistência até designs arquitetônicos acessíveis. Expositores: ASID Brasil – Aliada Social pela Inclusão e Diversidade; Cavi Acessibilidade – Produtos e serviços; Carro adaptado Equoterapia; Instituto Buko Kaesemodel (Síndrome do X Frágil) com abafadores Vonder; MyPloy – Pernas pra Que te Quero; Riole – soluções inteligentes de áudio e vídeo; See Color – Linguagem Tátil das Cores; Seção Braille – Biblioteca Pública do Paraná (BPP); Vagão Inclusivo – Serra Verde Express.
-Carteirinha do Autista será emitida gratuitamente, durante o evento, pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social e Família no estande do Coletivo Inclusão, no Balcão de Inovação. A Ciptea identifica as pessoas com transtorno do espectro autista garantindo o atendimento prioritário em espaços públicos e privados. No sábado, dia 25 de maio, no Espaço Oficinas MON, Ana Clara Viana (Gibiteca) ministra a Oficina de Aquarela para pessoas com espectro autista. Inscrições prévias limitadas.
-No primeiro dia de programação, 23 de maio, quinta-feira, o destaque é para a Mostra Cultural do Coletivo Inclusão, com apresentações de teatro, canto coral e capoeira, realizadas por cerca de 200 crianças, adolescentes e adultos com deficiência atendidos pelo Coletivo Inclusão nas entidades parceiras. “Para as PCDs, essas apresentações são uma fonte de empoderamento. Eles oferecem oportunidades para compartilhar suas histórias, habilidades e conquistas, reforçando sua autoestima e autoconfiança”, afirma Talita Stec, coordenadora de Cultura do Coletivo Inclusão.
-No segundo dia, 24 de maio, sexta-feira, no auditório do MON, serão realizados quatro encontros nos painéis Vozes da Inclusão. Uma plataforma para discutir problemas específicos enfrentados pelas PCDs e buscar soluções eficazes através de políticas públicas inclusivas. “Conseguimos reunir um conjunto de pessoas que representam bem a luta pela defesa das pessoas com deficiência em nosso estado, ampliando o olhar sobre várias direções. Estarão em pauta desde questões de acessibilidade física e atitudinal até o direito das PCDs e diferentes formas de inclusão ”, destaca Dani Brito, assessora de comunicação e RP do evento.
PROGRAMAÇÃO
QUINTA-FEIRA, 23 de maio
MOSTRA CULTURAL COLETIVO INCLUSÃO
AUDITÓRIO
14h – espetáculo teatral “Godo vai ser artista” – APAE São José dos Pinhais
15h40 – esquete teatral “Dançando na Chuva” – APAE Mandirituba
16h – aula aberta de teatro – APA Mandirituba
17h – espetáculo de teatro musical – Grupo Mirrage
ESPAÇO INFANTIL
14h às 17h – oficina de minijardim com Iracema Bernardes
14h às 17h – camarim de pintura Daiane Vasques
PARCÃO
14h40 – roda de Capoeira – APAE Fazenda Rio Grande
SEXTA-FEIRA, 24 DE MAIO
AUDITÓRIO
PAINÉIS FALAS DA INCLUSÃO
– 9h45 – abertura dos painéis com Denise Moraes – Departamento dos Direitos da Pessoa com Deficiência
10h – “Para Cegos se Vestirem” com Sandra Marchi e Roberta Canteri – mediação Dani Brito
11h – “Avanços e Desafios na Inclusão de PCDs no Mundo do Trabalho ” com Adriano Benedito Laurindo, Érica Medina, Felipe Braga Côrtes e Dr. Ricardo Tadeu Marques da Fonseca – mediação Roberto Leite
14h – “Comunicação, Direitos e Inclusão” – com Márcia Miranda, Luiz Fernando Glovatiski Pereira Lacovicz, Camila Zem e Adriana Czelusniak – mediação André Caminski
15h – painel “Acessibilidade nas Instituições Culturais” – Cristine Pieske e Marina Pasetto (MON) e Cleomira Burdzinski (BPP) – mediação Adriana Czelusniak
16h – “Arte que Inclui” com Odair Rodrigues e Fernanda Becker – mediação Giovana Palaoro
17h15 – apresentação de Dança de Salão – Cia. Fernanda Becker
-Encerramento com o coral do Instituto Paranaense de Cegos (IPC)
Atividades com tradução em Libras
SALÃO DE EVENTOS
10h às 16h – Mutirão da Empregabilidade PCD e Cultura
VÃO LIVRE/CHÃO DE VIDRO
14h às 15h – apresentação de Lambe lambe e Interação com bonecos – APAE Costeira
PARCÃO
09:30 – roda de Capoeira – APAE Santa Felicidade e APAE SJP- Costeira
SÁBADO, 25 de maio
AUDITÓRIO
PALESTRAS
10h, Mirella Prosdócimo
11h, Márcia Baja
14h- exibição de vídeo e apresentação Coral – APAE Fazenda Rio Grande
15h30 – apresentação Grupo Música Tátil
17h – espetáculo “Próxima Fase” – Cia. Fernanda Becker
*Atividades com tradução em Libras
ESPAÇO INFANTIL
10h às 12h – oficina de minijardim com Iracema Bernardes
14h – oficina de Slime (até 20 crianças por turma)
15h10 – contação de história – SESC
16h – oficina de Slime
17h10 – contação de história – SESC