Coisas Novas

por Nereide Michel em 25/07/2019

A Celite faz parte da memória afetiva de muitos brasileiros. Afinal, está no mercado desde 1941 marcando presença com lançamentos de louças, móveis e metais para  banheiros – são oito décadas acompanhando a evolução no conceito de moradia. Na verdade, história é que não falta na trajetória de uma empresa, que começou a existir com o nome de Porcelite, em São Paulo, e não parou de crescer e agregar inovações em seu portfólio. História que merecia um espaço para ser contada e conhecida por todos os que têm interesse na preservação de acervos que retratam o cotidiano de um povo e suas peculiaridades culturais.

Embasado nesta constatação, nasceu há dois anos o projeto do Museu Celite, inaugurado em 2019, para evidenciar a importante participação da empresa na inovação e funcionalidade de um ambiente indispensável em qualquer residência, independente de tamanho ou estilo em que foi concebida. O espaço está instalado em Santa Luzia, cidade mineira, endereço da primeira planta da marca fora de São Paulo, que começou a funcionar em 1968. Na sequência, em 1982, com a implementação do parque industrial no Recife, transformou-se em uma das mais modernas fábricas de louça sanitária da América Latina. Adquirida em 1996 pelo grupo suíço Laufen, que em 1999 passou a pertencer ao conglomerado espanhol Roca, a Celite ampliou ainda mais a sua presença no mercado internacional.

NOS TEMPOS DO BIDÊ

As novas gerações, certamente, desconhecem a importância do bidê nos projetos de banheiros de décadas passadas. Mas este item já foi considerado indispensável na rotina dos brasileiros – compunha com o vaso sanitário e a pia o trio a ser escolhido e adquirido em conjunto. Esta é uma das memórias preservadas no Museu Celite, que também expõe outras raridades e curiosidades como o relógio de pulso de um ex-colaborador que lhe foi presenteado ao completar 50 anos de carreira na empresa. Outro antigo funcionário  doou um conjunto de louças, a planta baixa da fábrica de Santa Luzia, datada de 1968, e catálogos, que são uma verdadeira viagem pela evolução do design brasileiro.

Objetos em louças sanitárias fabricados até os anos 90, que serviam como brindes, entre estes charmosos cinzeiros e porta-canetas, também despertam curiosidade. Outro atrativo é uma parede lúdica com caleidoscópios, que apresenta diferentes efeitos visuais projetados para contar mais histórias sobre a marca.

O museu tem como conceito a criação de uma linha do tempo contando uma história repleta de curiosidades dos anos 1940 até os dias atuais. Cada década é ilustrada com as louças sanitárias da época. Junto com a equipe da Celite, o arquiteto Raphael Santos foi o responsável por formatar a trajetória da marca.