Lançamentos recentes comprovam a receptividade de livros, a maioria biográficos e autobiográficos, inspirados no universo da música. Leitores podem ser fanáticos por ídolos, que contam sua trajetória, ou ouvintes dos mais diversos estilos, que encontram nas páginas de uma obra o prazer de uma leitura afinada com o seu desejo de informação.

Eduardo Mercer

O curitibano Eduardo Mercer surpreendeu a plateia de leitores com o lançamento, neste início de novembro, de uma original e criativa obra:  “500 Frases da Música do Mundo – O humor e a sabedoria dos melhores letristas de todos os cantos”. Colecionador de música desde criança e também apreciador dos mais diversos gêneros da literatura  – romances, contos, poesias, HQs – o autor deu às letras das composições uma atenção especial tanto pela sua estética como pelo conteúdo. O resultado desse inusitado interesse recheia as páginas de um livro que, em 128 páginas, reúne frases, estrofes e trechos de rock, blues, pop, samba, reggae, MPB, rap e músicas tradicionais de vários países. Eduardo Mercer mostra intérpretes e compositores se expressando de várias formas sobre sentimentos universais, como amor, alegria e tristeza. Um apanhado de pensamentos que pode gerar reflexões no leitor.

A origem de “500 Frases da Música do Mundo” está no  hábito do autor de anotar, sem compromisso, máximas e expressões retiradas não só de letras de composições, mas também de livros, filmes, provérbios, ditados, entre outras manifestações culturais. Até que surgiu, há alguns anos, a ideia de compilar as frases de músicas, incluindo as de países distantes, como Argélia, China, Macedônia e Sri Lanka, o que lhe exigiu uma pesquisa sobre estilos praticamente desconhecidos do idealizador da obra.

Eduardo Mercer /André HB

A lista de nomes presentes é extensa, com estrofes de músicas de artistas como Beatles, Jerry Lee Lewis, Madonna, Cartola, Judas Priest, Whitney Houston, Chico Buarque, Odair José, B.B. King, Rolling Stones, Nelson Ned, Rush, Jewell, Paralamas do Sucesso, Caetano Veloso, Dorival Caymmi, Muddy Waters, Teodoro & Sampaio, MV Bill, Noel Rosa, Reverend Horton Heat, Tom Zé, Itamar Assumpção, The Cramps, Zé Ramalho, entre tantos outros. Entre os artistas nacionais, Curitiba está contemplada com frases de músicas de Paulo Leminski, Beijo AA Força, Maxixe Machine e Ídolos de Matinée. Alguns cantores e compositores aparecem com bastante frequência nas páginas do livro por serem, segundo o autor, letristas que enxergaram melhor a época em que viveram ou souberam sintetizar, de modo particular, sentimentos universais. Entre estes estão Bob Marley, Bob Dylan, Renato Russo, Raul Seixas, John Lennon e Arnaldo Antunes.

 O prefácio é do escritor curitibano Roberto Prado, que conecta a ideia da seleção de estrofes com a proliferação dos aforismos, que estão onipresente de bilhões de maneiras e se multiplicam pelo mundo na forma de posts e mensagens em redes sociais. Lembrando também que Eduardo Mercer publicou, em 2017,  “Uma fina camada de gelo: o rock autoral e a alma arredia de Curitiba”, sobre a cena musical da cidade.

O livro “500 Frases da Música do Mundo” pode ser adquirido com o autor: instagram @edu_mercer / e-mail eduardomercer@uol.com.br ou na Livraria do Chain, Rua General Carneiro, 441, Centro, Curitiba.

Numa noite de outubro de 1981, João Barone emprestou sua precária bateria para uma banda de nome engraçado fazer sua primeira apresentação, na Universidade Rural, na Zona Oeste do Rio. Tinha conhecido a rapaziada do grupo horas antes. Faltando poucos minutos para o show, o baterista não apareceu. Coube a ele assumir as baquetas. Mais de quatro décadas depois, a história consagradora dos Paralamas do Sucesso é narrada por alguém que jamais perdeu um show da banda: justamente João Barone.

O título do livro é curioso, mas reflete a presença rítmica do autor na sua banda: ” 1,2,3,4! Contando o tempo com Os Paralamas do Sucesso”. Editado pela Máquina de Livros, teve lançamento em Curitiba em outubro quando da apresentação do grupo na cidade. Na obra, Barone faz um mergulho na trajetória dos músicos com desconcertante sinceridade e uma incrível riqueza de detalhes. Ele busca na infância simples o fascínio pela bateria e lembra os primeiros passos ao lado de Herbert Vianna e de Bi Ribeiro no início dos anos 80, antes da fama: os ensaios na casa da Vovó Ondina, as tardes com os amigos na Praia de Ipanema, a gravação da demo que virou sensação na Rádio Fluminense FM…

Márcio Farias

Ao longo de 84 capítulos. Barone fala sobre o contrato para o primeiro disco, o convívio com outros grupos da geração, as farras nas turnês pelo Brasil e o apoteótico show no Rock in Rio de 1985, que mudou o patamar dos Paralamas do Sucesso. Numa narrativa precisa e embalada de afeto, ele revela ainda os bastidores das gravações de cada disco e como nasceram alguns dos inúmeros sucessos do trio. Barone reconstitui ambientes e diálogos, botando o leitor na cena dos acontecimentos.  Ele detalha desde os contratempos em viagens até a vitoriosa carreira internacional da banda, que se tornou fenômeno na América Latina e desbravou a Europa – inclusive, abrindo a primeira grande turnê solo de Brian May, logo após o fim do Queen. O livro traz também momentos delicados e de extrema emoção, especialmente ao narrar o acidente de ultraleve com Herbert, em 2001, e as semanas de agonia que se seguiram, até a volta triunfal da banda.

Com prefácio de José Emilio Rondeau e orelha de Elisabete Pacheco, ambos jornalistas, “1,2,3,4! Contando o tempo com Os Paralamas do Sucesso” é essencial não só para quem busca conhecer a trajetória do grupo, mas também a evolução do rock brasileiro. O livro, editado pela Máquina de Livros, traz mais de 80 imagens do acervo pessoal de Barone – quase todas inéditas –, que incluem manuscritos de letras, credenciais de shows históricos, documentos e cartazes do início da carreira.

Chico Science não foi apenas um músico; ele se tornou o porta-voz de um movimento que transformou a música brasileira e influenciou o cenário global: o Manguebeat. Em “Criança de Domingo”, o jornalista José Teles explora com profundidade a vida, a obra e o legado do artista, trazendo revelações inéditas sobre sua trajetória e detalhes comoventes sobre o trágico acidente que encerrou sua vida. A biografia musical, lançada pela Editora Belas Letras em  outubro e que chega às livrarias a partir de 20 de novembro, tem duas versões: uma edição limitada em capa dura com itens exclusivos, incluindo uma réplica do manifesto Caranguejos com Cérebro, e outra, em capa comum.

Manifesto “Caranguejos com Cérebro”

A obra mergulha nas raízes culturais e sociais que moldaram Chico, revelando como um garoto de Recife, fascinado pelos manguezais e pelo caos urbano, conseguiu unir a tradição de sua terra com o espírito da modernidade. A biografia musical também traz uma visão íntima do processo criativo por trás dos dois únicos discos de Chico Science & Nação Zumbi – “Da Lama ao Caos” e “Afrociberdelia” – que não só influenciaram a música brasileira, mas ecoam até hoje no cenário global. Suas páginas revelam momentos íntimos e pouco conhecidos de Chico, através de depoimentos inéditos de amigos, familiares e companheiros de banda. São testemunhos que mostram o lado humano do gênio criativo, com suas angústias, sonhos e visões sobre o futuro. 
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 “Criança de domingo: uma biografia musical de Chico Science” está disponível no site da editora Belas Letras e em sites parceiros, como Travessa, Livrarias Curitiba, Martins Fontes, Livraria da Vila e Amazon.

O álbum “Abbey Road”, dos Beatles, completa 55 anos. Uma data que enseja um registro à altura da importância de um lançamento que revolucionou a indústria musical. E ele tem a assinatura de David Hepworth – vencedor de prêmios como Editor do ano e Escritor do ano da Profissional Publishers Association –  o autor de “Abbey Road, a história do estúdio mais famoso do mundo”.

 Na obra, David Hepworth abre as portas de Abbey Road para mostrar como o estúdio foi inovador em suas técnicas de gravações e como foi se adaptando a cada artista que passava por lá, extraindo sempre o melhor em suas gravações e gerando materiais considerados clássicos. O livro mostra como os Beatles, que tem sua história totalmente atrelada ao do espaço, chegou para fazer suas primeiras gravações e sofreu mudanças que teriam impacto até mesmo em sua formação, além de se tornar a casa de discos icônicos do quarteto de Liverpool. Gravações e passagens de outros artistas pelo estúdio, como Pink Floyd com “The Dark Side of the Moon”, e Oasis, também estão nas suas páginas.

A edição brasileira, lançada pela Belas Letras, conta com projeto gráfico exclusivo e fotos ilustrando a abertura de cada um dos 21 capítulos da obra. O prefácio tem uma ilustre assinatura, a de Paul McCartney. A tradução é de Marcelo Barbão.

“Abbey Road, a história do estúdio mais famoso do mundo” está disponível no site da editora Belas Letras e em sites parceiros, como Travessa, Livrarias Curitiba, Martins Fontes, Livraria da Vila, Amazon entre outros

“Into the Void: Minha Vida com o Black Sabbath e além”, é o livro de memórias de Geezer Butler, baixista de uma das mais festejadas bandas de heavy metal. Membro fundador do quarteto, liderado por Ozzy Osbourne, ele é também letrista de hits como “Paranoid”, “War Pigs” e “Black Sabbath”. No livro, o músico relembra sua infância na classe trabalhadora de Birmingham, seu começo musical no blues, a formação do grupo, o ritmo frenético de turnês, o sucesso e como os membros da banda lidaram com mudanças drásticas no grupo.
Geezer Butler repassa no livro todas as fases da sua vida. O músico relembra as acusações de satanismo que o Black Sabbath sofreu, recebendo até mesmo ameaças de um “Rei das Bruxas”, chamado Alex Sanders, dizendo que a banda seria amaldiçoada. Apesar de ter interesse pelo terror e ocultismo, Butler revela que não queria passar nenhuma mensagem satânica em suas letras e que era exatamente o contrário.

A editora Belas Letras lançou “Into the Void” no Brasil, com tradução de Henrique Guerra, em duas opções. Uma edição capa dura com brindes, pintura trilateral roxa, fitilho e itens limitados e exclusivos, como um marcador de páginas personalizado, adesivo 6cm, mochila-saco em náilon e um paper toy Geezer Butler para montar. Já a versão em capa comum, com igual conteúdo e qualidade, tem preço mais acessível.

Disponível no site da Amazom.​