por Nereide Michel em 26/09/2024
Fachada ativa, eis uma tendência em arquitetura que vem se concretizando, de forma acelerada, nas grandes cidades, incluindo as internacionais Nova York e Paris. Ela surgiu para atender uma expectativa – ou exigência – de uma expressiva parcela da população, que queria se sentir acolhida no perímetro urbano de sua residência. A possibilidade de circular por ele com segurança e ser contemplada com um cenário agradável, e não com uma paisagem fria proporcionada por muros e grades de prédios, estão na raiz de sua receptividade. A praticidade e a perspectiva de dinamizar a economia local também impulsionam a sua adoção pelos empreendedores.
Mas, afinal, como ela funciona? Uma fachada ativa quebra a barreira entre o residencial e o comercial, o que permite que tanto os moradores de um prédio quanto os do seu entorno – e até de quadras mais adiante – possam desfrutar de cafés, salões de beleza, farmácias, lojas de conveniência e outros comércios localizados na “porta de um edifício”.
A arquiteta Leticia Marin, do Grupo A. Yoshii, explica que esta solução arquitetônica viabiliza centros comerciais fora do circuito conhecido de compras ou serviços trazendo diversos benefícios para a sua área de abrangência. “Um exemplo é a necessidade ou desejo de sair para comer. Onde a distância poderia ser um problema, as fachadas ativas oferecem a solução tanto para quem mora nos apartamentos – basta chamar o elevador, descer, e o restaurante está logo ali, a poucos passos – quanto para quem vive na região”. Uma facilidade que se reflete em um upgrade na qualidade de vida e uma melhor relação com o entorno urbano.
As fachadas ativas também promovem a mobilidade sem a necessidade de automóveis, ao incentivar o uso das áreas públicas. Além disso, a movimentação gerada pelas lojas proporciona uma sensação de segurança, o que estimula a circulação de pedestres. Ao contribuírem para a concentração de pessoas no local, colaboram com a saúde física e mental da população ao disponibilizarem, por exemplo, locais de descanso após uma caminhada e acesso facilitado a produtos e serviços.
O Complexo Multiuso Raul Fulgêncio, em Londrina, projetado pelo Grupo A. Yoshii em um terreno de mais de 5 mil metros quadrados, contempla um empreendimento com três tipologias, sendo um residencial, um corporativo e outro comercial. O R.F. Mall conta com oito lojas exclusivas a céu aberto, proporcionando conveniência e otimização de tempo aos moradores do prédio e da região, que podem usufruir de serviços e produtos sem grandes deslocamentos.
“Tudo em um só lugar”, conceito que está embutido no edifício residencial Vision, em Maringá, projetado pelo Grupo A. Yoshii em um terreno de mais de 7 mil metros quadrados . O seu Vision Mall é um complexo com 15 lojas localizadas na esquina do prédio e com acesso independente da torre residencial. Uma opção construtiva que possibilita que o centro comercial seja finalizado ainda em 2024 enquanto o Vision tem prazo de entrega para 2026 – uma definição de datas que vai acelerar o desenvolvimento econômico da Zona 08 da cidade.