por Nereide Michel em 30/07/2024
O coletivo Alfi Vivern, Meg Gerhardt e Suzana Lobo, marcando a trajetória dos três artistas, a experiência visual através de imagens musicais de Adriane Pasa e o contraste dos trabalhos de Elizabeth Titton e Paulo Dias estão no circuito cultural curitibano.
Um recorte da trajetória de Alfi Vivern, Meg Gerhardt e Suzana Lobo é o tema da exposição “Três Artistas no INC”, que poderá ser visitada até 13 de setembro no Espaço Cultural INC, no Pátio Batel. A mostra reúne uma seleção de obras dos artistas, cada um com sua técnica e poética, que traduz o trabalho de arte para o qual eles se dedicam há décadas.
Verbete em vários dicionários de arte como o do Ministério de Educação e Cultura, de Artes Plásticas no Brasil (Roberto Pontual) e de Pintores Brasileiros (Walmir Ayala), Suzana Lobo é uma artista de renome internacional. Formada pelo Instituto de Belas Artes do Rio de Janeiro, realizou exposições individuais e coletivas dentro e fora do país. Telas da artista da série “O tempo não para” integram a “Três Artistas”.
A gaúcha Meg Gerhardt – que é curitibana de coração – expõe obras inéditas da sua série “Paisagens Lúdicas”. O conjunto de telas se posiciona em um lugar imaginário além da técnica e pode ser interpretado como uma grande metáfora épica de uma jornada interior: os barquinhos de papel constituem um campo simbólico vinculado a possíveis metamorfoses.
Argentino, radicado no Brasil, Alfi Vivern tem uma carreira de mais de 50 anos como escultor. O artista desenvolveu seu trabalho em diferentes tipos de materiais, como o basalto, ferro, mármore, bronze e barro. Na exposição estão obras como “Era uma vez…”.
ONDE ESTÁ
“TRÊS ARTISTAS NO INC”
Alfi Vivern, Suzana Lobo e Meg Gerhardt
Espaço Cultural INC – Hospital INC Filial Pátio Batel
Pátio Batel, piso S1
Até 13 de setembro
De segunda a sexta das 11h às 20h e sábados das 10h às 12h
Entrada: gratuita
“Pinturas para Ouvir” nomeia a exposição de Adriane Pasa, em cartaz na Galeria do Multiespaço São Francisco 179. Uma abordagem inusitada caracteriza o trabalho da artista visual que transforma partituras antigas, geralmente encontradas em sebos da cidade, e folhas de pauta em branco em suportes e bases para uma série de 25 obras, produzidas neste ano. Elas revelam um universo de desenhos, monotipias, impressões digitais, objetos e técnicas mistas, que entrelaçam carimbos, colagens e ícones do cotidiano, além de resultados de eletrocardiograma (de seu próprio coração), rasgos e tecidos, que criam camadas de significado e texturas que convidam o espectador a uma experiência sensível e intimista.
Como a autora esclarece, a mostra não é sobre música mas uma reflexão sobre o que habitualmente vemos e não questionamos. Os títulos da obras, sempre intrigantes, causam também uma abertura ampla para isso. Uma delas, intitulada “Provador de ecos visuais”, é uma instalação imersiva – nela é possível “experimentar” a composição que interage com o trabalho, uma peça composta por Alessandro Mitsuo Shinoda, artista visual e músico, que reside em Toronto, no Canadá.
ONDE ESTÁ
“PINTURAS PARA OUVIR”
Adriane Pasa
Galeria do Multiespaço São Francisco 179
Rua São Francisco, 179, Centro Histórico
Até 30 de setembro
De terça a domingo, das 14 às 20h (domingo até às 18h)
Entrada gratuita.
Classificação indicativa: Livre
“Prenúncio da Primavera”, não poderia ser mais adequado o título para a exposição, que reúne pela primeira vez obras dos irmãos Elizabeth Titton e Paulo Dias na Galeria Artestil do Cabral. A temática é a natureza e na mostra é possível ver duas abordagens diferentes nascidas de uma mesma inspiração.
Elizabeth Titton traz criações presentes na exposição itinerante Muirapiranga, na qual chapas de aço oxidado e cortadas a laser pela artista lembram a árvore amazônica muirapiranga. Em contraponto, Paulo Dias retrata, com delicadeza, em quadros pintados à tinta acrílica a série “Vasos de Flores”. É a primeira vez que ele apresenta um grupo de trabalhos com homogeneidade de técnica, estilo tema e composição. “A maior parte da minha obra é centrada na figura humana, mas também pintei muitas paisagens, naturezas mortas, flores e outros temas”, esclarece o artista, conhecido também pela série Paisagens Curitibanas, na qual registra o cotidiano da cidade.
Já as esculturas de Elizabeth Titton representam árvores fantásticas e instigam a debater a maneira como os seres humanos estão interessados apenas em representações da natureza, não na natureza real. A árvore amazônica Muirapiranga, que possui madeira avermelhada utilizada na produção de instrumentos, inspirou o nome da mostra. A artista produziu também litogravuras de pinturas corporais e de mitologias dos indígenas do Xingu.
ONDE ESTÁ
“PRENÚNCIO DA PRIMAVERA”
ELIZABETH TITTON E PAULO DIAS
Artestil Cabral
Avenida Nossa Senhora da Luz, 850, Cabral
A partir de 24 de agosto