por Nereide Michel em 11/06/2024
Nove dias e mais de oitenta longas e curtas-metragens transformam Curitiba em uma imensa tela. Nela, ganham vida enredos de filmes nacionais e internacionais que compõem a 13ª edição do Olhar de Cinema, um festival com potencial de atrair amantes da 7ª arte independente de gênero uma vez que o seu alcance tem abrangência globalizada. O que une as produções participantes é a qualidade artística – a abordagem dos mais diferentes temas através da lente sensível de aplaudidos diretores ou de profissionais emergentes de sets espalhados por vários países.
Produções para as crianças, estreias nacionais e internacionais, obras de cineastas paranaenses, clássicos restaurados e reapresentados na telona em alta definição, estão entre as atrações que compõem a ampla programação do evento. São 10 mostras cinematográficas, cada uma propondo um novo olhar sobre determinado segmento ou estilo de produção: a Competitiva Brasileira, a Competitiva Internacional, a Novos Olhares, a Mirada Paranaense, a Exibições Especiais, a Olhar Retrospectivo, a Olhares Clássicos, a Foco, a Pequenos Olhares, além do Filme de Abertura e Encerramento.
As exibições ocorrem no Cine Passeio, Cinemark Mueller, Ópera de Arame e Teatro da Vila, no CIC – Cidade Industrial de Curitiba. Os ingressos estão disponíveis pelo site oficial com valores que vão de R$8 (meia-entrada) a R$16. Todas as sessões no Teatro da Vila são gratuitas. Além disso, de 18 de junho a 7 de julho, os curtas-metragens brasileiros, integrantes do festival estarão disponíveis gratuitamente na plataforma de streaming Itaú Cultural Play para todo o Brasil.
A programação completa do 13ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba está no site www.olhardecinema.com.br
ATRAÇÕES ENTRE ATRAÇÕES
“Retrato de um Certo Oriente” , estreia nacional, é o filme de abertura da 13ª edição do Olhar de Cinema. Com direção de Marcelo Gomes (“Paloma”, “Estou me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar”), o longa traz personagens que foram expulsos de suas terras por conflitos sociopolíticos e é baseado no romance do escritor amazonense Milton Hatoum, ganhador do Prêmio Jabuti de Melhor Romance (1990).
“Caminhos Cruzados” (“Crossing”), com direção de Levan Akin, produção compartilhada por Suécia, Dinamarca e França, é destaque da Mostra Competitiva Internacional. Lia precisa cumprir uma promessa: encontrar Tekla, sua sobrinha há muito perdida. Com a ajuda de seu jovem vizinho Achi, a professora aposentada parte de sua terra na Geórgia rumo à Istambul.
“Idade da Pedra”, do diretor Renan Rovida, acompanha as andanças de um homem sem-teto que mergulha numa deriva onírica pelas ruas da capital paulista. Está na Mostra Novos Olhares.
“Tempo de viver e tempo de morrer”, representante do cinema de Taiwan, é a segunda parte da chamada trilogia “coming of age” do diretor Hou Hsiao-hsien. O filme acompanha o protagonista, apelidado Ah-ha, ao longo da sua infância e adolescência em Taiwan, entre o final da década de 1940 e começo dos anos 1960. Mostra Olhar Retrospectivo.
“O Sonho de Clarice”, da Mostra Pequenos Olhares, dos diretores Fernando Gutierrez e Guto Bicalho, produzido em marcantes traços de animação em 2D, acompanha uma menina muito esperta e criativa, que precisa lidar com a perda de sua mãe.
“A Guerra do Pente”, do diretor Nivaldo Lopes, tem Curitiba como cenário e foca um acontecimento do ano 1959 quando a compra de um simples pente resultou em três dias de conflito generalizado no centro da cidade. Quase três décadas depois, Nivaldo Lopes, mais conhecido como “Palito”, acompanhado de outras importantes figuras da chamada “geração Cinemateca”, decide recontar esse episódio pitoresco. No ano em que as filmagens completam 40 anos o festival exibe uma nova cópia digitalizada deste importante marco do cinema curitibano. Integra a Mostra Olhares Clássicos.
“As Mulheres Palestinas”, presente na mostra Olhares Clássicos. Jocelyne Saab dirigiu o filme no Líbano em 1974. No território colonizado da Palestina, a luta armada das mulheres se torna central a uma formação política. “Entre o céu e os aviões, não sabemos onde estão as pessoas”. A mulher que fala isso parece estar em meio a uma montanha. Ao seu lado, uma metralhadora. Os aviões de que ela fala são as máquinas bélicas do estado de Israel.
“A Cápsula”, do diretor Ribamar Nascimento está na Mostra Mirada Paranaense. Numa realidade assolada por um desastre ocorrido muitos anos atrás, a água tornou-se um bem precioso. Mariana e seu irmão mais novo, Dinho, encontram uma cápsula do tempo com objetos dos antigos habitantes da região, a família Raymond, o que atrai a atenção de Breu, o chefe das gangues do lugar.