Coisas Novas

por Nereide Michel em 07/08/2023

Curitiba tem na diversidade étnico-cultural uma de suas principais características. Basta uma circulada pelas ruas da cidade para observar como ela está presente nos transeuntes que passam apressados, ou não, pelas calçadas do centro. Parece que cada um veio de um país diferente. Mas, sem dúvida, a maioria é de brasileiros. Outra referência marcante para se constatar a pluralidade local de identidades é o roteiro gastronômico da capital paranaense – restaurantes especializados em cardápios internacionais refletem as tradições de suas origens e se integram ao cenário urbano curitibano com naturalidade.

Sem dúvida, quando a Construtora Laguna lançou, em junho passado, o Trevi Batel, levou em consideração o fato de Curitiba ser o lar de muitos imigrantes, que deixaram a terra natal em busca de novas oportunidades em um distante país. A cultura, que trouxeram na bagagem, foi sendo absorvida, no decorrer das décadas, pelos moradores da cidade.

Como o próprio nome indica -Trevi – o novo empreendimento teve inspiração no conceito de moradia italiano – tão presente na memória dos descendentes das primeiras famílias que aqui chegaram vindas de regiões como Vêneto, Lombardia, Calábria e Campânia. E, é claro, tão desejada pelos curitibanos, independente de ancestralidades, pelo toque paradisíaco de seus jardins e acolhimento familiar porta adentro.

Como esclarece Greg Bousquet, da Architects Office, que assina a arquitetura do Trevi Batel, a obra “representa o perfeito equilíbrio entre o clássico e a vanguarda, parte de uma viagem ao passado para captar o ritmo, as proporções e os materiais, como pedra e concreto, água e vegetação. A arquitetura é concebida em torno de um átrio central, numa releitura moderna dos pátios italianos, onde há incidência do sol por diferentes faces, revelando jogos de luz e sombras e a ventilação natural trazendo frescor aos ambientes”.

O Trevi Batel foi projetado para permitir a entrada de luz e a circulação de ar cruzada, abrigando microclimas amenos nas unidades residenciais, além de priorizar a privacidade, filtrada pela vegetação. Uma curadoria de materiais de caráter distintos, porém complementares, como a madeira e concreto, vidro e metal, foram pesquisados e adotados na construção de duas torres, com seis pavimentos cada. Ao todo serão 26 “casas italianas”. É vero!

Muito presente nas construções italianas clássicas, o átrio é um pátio interno e central utilizado pela arquitetura, há séculos, para captar iluminação e ventilação naturais. No Trevi , esse recurso é aplicado de forma orgânica, permitindo entrada de luz natural e ventilação cruzada sem tirar a privacidade dos moradores. Na circulação interna, os rasgos voltados para o átrio permitem desenhos de luz e a conexão com o exterior, trazendo a sensação e o aconchego de estar em casa. Na parte externa, o átrio é completamente aberto e cercado por um paisagismo envolvente, assinado por Felipe Reichmann.