Linkultura

por Nereide Michel em 15/03/2017

Muitos acreditam que a moda está à beira do abismo: muito rápida e muito poluidora. Sem criatividade e preocupada apenas em vender. Está pedindo socorro? Na avaliação de Enrico Cetta, professor e economista, com base em Milão, que foca seu trabalho na moda, o cenário econômico, envolvendo roupas e acessórios, não é catastrófico, mas necessita de uma urgente reavaliação de estratégias na sua forma de atrair o consumidor. Vender o quê e pra quem? Segundo a sua análise é evidente um contraste no mercado apontando para uma necessidade de entrosamento entre objetivos e propostas. A criatividade não pode perder espaço diante da premência de comercialização das peças, mas precisa absorver e adaptar critérios empresariais para conquistar e fidelizar o seu público. Por outro lado, a moda como produto cultural precisa ser entendida pelo setor industrial. 

 Este é o foco principal do livro A Economia da Moda, assinado por Enrico Cietta, com tradução de Adriana Baggio, trazido à luz pela Editora das Letras e Cores, lançado em março com movimentado bate-papo e sessão de autógrafos nas Livrarias Curitiba do ParkShoppingBarigüi. Para o autor, a moda como negócio tem que se adaptar a três elementos fundamentais: o tempo, o risco e os custos. Segundo sua constatação, ainda que a criatividade continue a ser fundamental, ela não é mais suficiente. Muito mais do que no passado, o sucesso no mercado depende do modelo de negócio da empresa, ou seja, do modo como se responde às mudanças do mercado atual.

O autor

Enrico Cietta é economista, sócio-diretor da Diomedea, onde é responsável pela área de estudos e pesquisas da empresa. Formado pela Universidade Bocconi, de Milão, e pós- graduado em economia na Victoria University de Manchester (UK). Desde 2002 é professor de economia de moda no curso de pós-graduação em Comunicação para as Industrias Culturais, na Universidade Católica do Sacro Cuore, de Milão. Desde 2009 colabora no curso Marketing das pequenas e médias empresas da Universidade Bocconi, de Milão. É especialista em regiões industriais e em indústrias criativas (moda e design).