Linkultura

por Nereide Michel em 05/04/2024

DO LIVRO PARA O PALCO

Caetano Galindo na coletiva do Festival de Curitiba / Annelize Tozetto.

Escritor premiado e tradutor celebrado  – como o hercúleo trabalho de verter para o português “Ulisses”, de James Joyce – o curitibano Caetano Galindo vivenciou no 32º Festival de Curitiba a inédita experiência de ver um escrito seu encenado no palco da Mostra Lúcia Camargo. A estreia aconteceu no Teatro da Reitoria, em duas apresentações, dias 27 e 28 de março, com a peça “Ana Lívia”,  um texto que, além de referências na obra de Joyce também encontrou paralelo nas literaturas de Emily Dickinson e Dylan Thomas. O roteiro, uma encomenda da Cia. Br116, interpretado por Bete Coelho e Georgette Fadel, com direção de Daniela Thomas, fala sobre o teatro e duas atrizes, numa ida e volta de presente e futuro e troca de papéis.

“Ana Lívia”, Fernanda Baldo

Em “Ana Lívia”, duas atrizes estão trancafiadas em um palco, às voltas com uma conversa que uma delas não quer encarar. A ansiedade da estreia  de Caetano Galindo, na sua cidade natal, foi rapidamente substituída pela autodescoberta como autor de teatro. Uma atividade que pretende dar continuidade uma vez que ainda tem muita “esquisitice para contar”. Desta vez, no palco.

DO PALCO PARA O LIVRO

Atores e atrizes em cena ou nos bastidores estão no zoom da fotógrafa paulistana Lenise Pinheiro. Imagens, que documentam 30 anos (completados em 2022) de um dos eventos culturais mais importantes da América Latina, estão reunidas no livro “Festival de Teatro de Curitiba”, cujo lançamento acontece em Curitiba e São Paulo. No dia 6 de abril, no Sesc Paço da Liberdade, com bate-papo com a autora Lenise Pinheiro, Fabíula Passini, diretora do Festival de Teatro de Curitiba, e a atriz Cássia Damasceno, e, em seguida, no dia 7 de abril no Sesc Pompeia, na capital paulista. Eventos que coroam uma epopeia de décadas da profissional em busca dos melhores ângulos para registrar momentos únicos, graças à sua sensibilidade, de montagens que fizeram e fazem a história da dramaturgia brasileira. E, é claro, dos seus personagens. Muitos deles, recheiam a obra com os seus depoimentos.

O livro conta com uma apresentação de Danilo Santos de Miranda (1943-2023) e reúne imagens de espetáculos que marcaram o Festival de Curitiba, como: “As boas”, com direção de Zé Celso Martinez Corrêa (1992); “The Flash and Crash Days”, de Gerald Thomas; “Dois perdidos numa noite suja”, direção de Emílio Di Biasi (1993); “Romeu e Julieta”, direção de Gabriel Villela (1993); “Vereda da salvação”, direção de Antunes Filho (1994); “A loba de Ray Ban”, direção de José Possi Neto (2010); “Simplesmente eu, Clarice Lispector”, direção de Amir Haddad (2012); “Esta criança”, direção de Marcio Abreu (2013); “A vida é sonho”, de Gabriel Villela (1992); entre muitas outras montagens.