Autores paranaenses lançam obras nas mais diversas correntes literárias. Livros que contemplam leitores de várias faixas etárias e encontram em suas páginas o principal foco do seu interesse a ponto de lhes dedicarem preciosas horas do seu dia. Nelas, residem mistério, emoção, fantasia, romance, enfim, tudo o que dá sentido e conteúdo à existência humana. 

DO PALCO PARA AS PÁGINAS DO LIVRO

Ave Lola Espaço de Criação é mais do que um palco –  cenário para interpretações experimentais e enredos que conversam com o mundo real de uma forma instigante e familiar. Ainda recentemente apresentou em tela de cinema o resultado do seu primeiro longa-metragem – “Alma”-  com bastidores compartilhados pelo seu grupo de sustentação, sob a liderança de Ana Rosa Genati Tezza, idealizadora e fomentadora de um projeto cultural concretizado sob múltiplos formatos de expressão. Uma bem sucedida estreia na sétima arte que já conquistou premiação internacional e agora visa o circuito brasileiro.

Lançamentos literários também estão no alvo das ações da Ave Lola Espaço de Criação unindo amantes de literatura e teatro em obras de produção própria como “Manaós: Uma Saga de Luz e Sombra –  Dramaturgia e Memórias do Processo de Montagem” e “Casa da Árvore –  Contos para Ler e Colorir”.

Ana Rosa Genari Tezza, diretora de teatro e cinema, assina o texto da peça “Manaós –  Uma Saga de Luz e Sombra” e do livro, que revela não apenas a trama, mas também os bastidores do espetáculo, que estreou em Curitiba em 2019. A publicação apresenta, ainda, um anexo com fotos das apresentações. Ambientada na época áurea do ciclo da borracha, na Manaus de 1911, a história entrelaça as vidas de três mulheres, desafiadas a enfrentar as ameaças de suas realidades. A obra também será lançada em audiobook.  Com mais de 30 anos de teatro, recentes trabalhos de Ana Rosa, como diretora de produção e artista,  tiveram amplo reconhecimento do público e da crítica especializada, com indicações e premiações nacionais e internacionais, além de parcerias firmadas com grupos do Chile, Alemanha e Dinamarca.”

“Manaós: Uma Saga de Luz e Sombra –  Dramaturgia e Memórias do Processo de Montagem”, realização do Ministério da Cultura e da Ave Lola, pela Lei de Incentivo à Cultura, tem como instituição beneficiada o Hospital Pequeno Príncipe. Patrocínios do Grupo Barigui, CNH, Grasp, Allflex, Aços Continente, Acso Central de Serviços do Aço, Klabin, Itambé, Gemu e Pets Life. 

“Casa da Árvore –  Contos para Ler e Colorir” é um box literário infantil que reúne cinco contos inéditos, cada um proporcionando uma jornada pelas emoções humanas. Com ilustrações de Gabriel Rischbieter, a publicação convida as crianças a explorarem histórias e a colorirem suas próprias aventuras. Os contos são assinados por Arthur de Lima Jaime (“O Medo, o Flautim e a Coragem”), Larissa de Lima (“Um Ninho Chamado Saudade”), Jamilsa (“A Novem– Montanha”), Luís Fernando Nocolosi (“O Que Fazer Quando a Tristeza For Grande?”) e Ana Rosa Genari Tezza (“Sophia, a Pequena Gigante”).

“Casa da Árvore –  Contos para ler e colorir”, projeto realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.

A ETERNA LUTA

 O leitor infantojuvenil está no foco do advogado curitibano Mauricio Ribas, que lançou em novembro o seu primeiro livro “Ingel Addae – A luta entre o bem e o mal” pela Appris Editora. Além de conversar com crianças sobre a importância do amor e a construção de relacionamentos saudáveis, obra também propõe um debate com adultos sobre as consequências da marginalidade e da violência enfrentadas por muitos jovens. Para isso, o enredo conta a história de Ingel, um menino que, depois de enfrentar situações violentas, precisa aprender a confiar novamente nas pessoas.

A história foi baseada na própria trajetória pessoal de Mauricio Ribas. Quando ele morava na Estônia com a esposa, os dois deram um lar substitutivo para quatro irmãos que foram vítimas de violência doméstica e estavam psicologicamente fragilizados. Na tentativa de auxiliar, principalmente, o mais novo, o autor contava histórias ao garoto, e, juntos, ensinaram um ao outro sobre o amor.

Mauricio Ribas é escritor, advogado e professor de Direito Civil. Membro da Anistia Internacional e formado pela Escola de Diplomacia da Estônia, atualmente cursa especialização em Literatura, Artes e Filosofia pela PUC do Rio Grande do Sul. Na literatura, estreou como coautor do livro “Reflexiones Sobre Derecho Latinoamericano”, lançado pela Editorial Quórum, em Buenos Aires. 

DE PARANAGUÁ PARA O MUNDO

Paranaense de Paranaguá, o maestro, instrumentista, arranjador, compositor e diretor musical Waltel Branco (1929-2018) passou boa parte da sua vida entre partituras, bojos e cordas, nos maiores estúdios do país. Ladeado por grandes nomes da música, a lista das estrelas com quem conviveu e trabalhou, especialmente como arranjador e produtor, inclui nomes como João Gilberto, Dizzie Gillespie, Radamés Gnattali, Astor Piazzolla, Tim Maia, Quincy Jones, Dom Salvador, Marcos Valle, Raul de Souza, Mongo Santamaria, Garoto, Andrés Segovia, Laurindo de Almeida, Nat King Cole e Elizeth Cardoso

Por dedicar muito tempo à música, Waltel Branco, de certa maneira, descuidou de resguardar sua própria história. Apesar de ter atuado por longos períodos junto a grandes veículos de comunicação, como a Rádio Nacional e a TV Globo, e em algumas das principais gravadoras do Brasil, deixou poucos registros de sua trajetória. Sequer possuía exemplares da maioria dos seus próprios discos. 

O jornalista Felippe Aníbal assumiu a tarefa de organizar um complexo quebra-cabeça para resgatar memórias e relatos da carreira do cultuado artista. Ao longo de oito anos, realizou mais de 50 entrevistas com músicos, produtores e críticos musicais e dedicou-se a uma rica pesquisa documental em jornais, revistas e fichas técnicas de gravações. E foi bem sucedido em traçar um panorama completo da vida profissional do maestro, reunido na obra “Waltel Branco – o maestro oculto”. O livro editado pela Banquinho, foi lançado em novembro em Curitiba.

“Waltel Branco – o maestro oculto”, projeto realizado com recursos do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura – Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba. Incentivo do Hospital IPO, Instituto de Oncologia do Paraná e Centro Diagnóstico Água Verde.

AFINANDO PLATEIAS

“Música Clássica – Formando Novas Plateias”, de Liana Justus, percorre a história da música desde sua origem no início do cristianismo até os dias de hoje. Uma obra que coroa o empenho de muitas décadas da autora para aproximar o público do repertório erudito – de uma forma didática e de fácil assimilação. 

Professora e especialista em história da música, Liana Justus é co-autora de onze obras sobre o tema, duas delas finalistas do Prêmio Jabuti em 2008 e 2011. “Música Clássica – Formando Novas Plateias” é a sua primeira publicação solo. A edição conta com capítulos dispostos de maneira independente, ajudando o leitor a direcionar sua leitura de acordo com seu interesse do momento. “Os períodos musicais, a orquestra sinfônica, os instrumentos, a regência, a ópera e a música brasileira estão presentes, sempre com um referencial histórico para dar sentido às manifestações criativas da música em seus diferentes gêneros e estilos”, esclarece Liana Justus.

 Responsável pela coordenação pedagógica dos projetos Bravíssimo Concertos e Bravíssimo Concertos Barrocos, Liana Justus é Mestre em História pela Universidade Federal do Paraná; Especialista em História da Música pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Licenciada em Educação Musical, Liana também tem Curso Superior de Piano. Com décadas de atuação na música, a palestrante, pesquisadora e curadora musical é Membro da Academia de Cultura de Curitiba e do Centro Feminino de Cultura.

O livro “Música Clássica – Formando Novas Plateias” foi viabilizado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Curitiba com incentivo do Grupo Positivo. A produção é da Trento Edições Culturais com a coordenação geral da Unicultura.

DA COZINHA DO CHEF

Kazuo Harada, eleito Chef do Ano pelo guia Comer & Beber da Veja São Paulo, lançou seu primeiro e-book com algumas de suas melhores receitas. No comando dos restaurantes  Emy, em Curitiba, e Kazuo, em São Paulo, o autor revela que reuniu no livro as receitas que mais gosta de preparar e que são um pedaço importante da sua história. Exclusividades do chef têm seus ingredientes revelados na obra como o Kaki Tokubetsuna, a ostra com gema de codorna. 

Para trazer ao público os principais  sabores da Ásia, cada prato conta uma história da carreira de Kazuo. As finas fatias de peixe branco, com uma leve massa crocante de trigo, do Crispy Shiromi, fazem parte da primeira estrela Michelin, conquistada em 2015, pelo Mee no Copacabana Palace. O Pad Thai se refere à sua nomeação como Estreia do Ano, tanto pela Veja São Paulo, quanto pelo jornal O Globo. O Shake Nuta, um dos pratos mais pedidos no restaurante de Curitiba, relembra a escolha do Emy  como Melhor Estabelecimento Gastronômico pelo Prêmio Topview e Novidade do Ano no Prêmio Bom Gourmet, da Gazeta do Povo.