Não é de hoje que Paulo Meirelles é dado às artes do desenho e da pincelada. Foi um assíduo colaborador do Viver Bem, da Gazeta do Povo, nos anos 80/90, quando as leitoras do suplemento aguardavam ansiosamente as sugestões de estilistas para renovar as peças do guarda-roupa ou para um traje especial. Já então o seu traçado denotava a sensibilidade de um artista – seguiam as linhas da emoção e do equilíbrio de formas. Desenhos sempre acrescidos de informações extras sobre a fonte de sua inspiração e a origem das roupas. Sua carreira prosseguiu então nas duas vertentes, a da moda e a da pintura. Quadros seus já expressaram desde o comportamento de dondocas da sociedade até a passional Frida Kahlo. Hoje a espiritualidade, como uma prece, comanda a sua inspiração, conforme se percebe em uma visita à sua atual exposição “Rogai por Nós”, aberta muito apropriadamente no Museu de Arte Sacra, no curitibano Largo da Ordem. Dezenas de trabalhos estão expostos nos quais ele recria santos protetores populares em vidro, tela, tecido e madeira de demolição. 

Segundo Paulo Meirelles, a escolha do tema está intimamente relacionada ao seu reencontro com a fé católica, tão presente em sua infância e adolescência. Os santos retratados em tons fortes se transformam diante dos olhos em um roteiro ilustrado da iconografia católica de Curitiba. Nossa Senhora de Guadalupe, São Bento, São Lourenço, Santa Bárbara, Carmo, Mercês, Santa Terezinha, São Francisco, entre outros, foram trabalhados em pequenos formatos com materiais recuperados e pintados a óleo. Embora a técnica usada não seja a tradicional, a pesquisa do artista preserva as características originais de cada imagem.

Nossa Senhora de Guadalupe

Nossa Senhora do Rosário

São Bento

 

 

 ONDE ESTÁ

Exposição “Rogai por Nós”, de Paulo Meirelles

Museu de Arte Sacra, Largo da Ordem, anexo à Igreja da Ordem.

 Até 20 de novembro