Linkultura

por Nereide Michel em 22/04/2016

A bem visitada exposição “Olhar InComum: Japão Revisitado”, em cartaz no Museu Oscar Niemeyer até o dia 26 de junho, traz a arte sob o olhar de 21 artistas contemporâneos que possuem laços sanguíneos com o país asiático. A mostra, que tem a curadoria de Michiko Okano, professora de História da Arte da Ásia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), contempla múltiplas linguagens, como desenho, pintura, gravura, grafite, escultura, objeto, fotografia, cerâmica, urushi (charão), design, vídeo, música, poesia, caligrafia, instalação, intervenção, performance e a cerimônia do chá.

Os sobrenomes dos participantes não deixam dúvidas quanto à sua origem familiar: Alice Shintani, Alline Nakamura, Atsuo Nakagawa, César Fujimoto, Erica Kaminishi, Erica Mizutani, Erika Kobayashi, Fernanda Takai, Fernando Saiki, Futoshi Yoshizawa, James Kudo, Júlia Ishida, Mai Fujimoto, Marcelo Tokai, Marília Kubota, Marta Matushita, Sandra Hiromoto, Takako Nakayama, Tatewaki Nio, Yasushi Taniguchi e Yukie Hori. Todos eles revisitam o Japão, cada um com sua poética particular e distinta. São brasileiros, mas guardam, e mantém viva, a herança de uma cultura ancestral, enraizada do outro lado do planeta, como fonte alimentadora de sua forma de expressão artística. E não poderia ser diferente. Lembrando que os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil em 1908. Atualmente, o país abriga a maior comunidade nipônica fora do Japão, com cerca de 1,5 milhões de descendentes. Apesar de estar na sexta geração, o nipo-brasileiro tem uma relação bastante complexa e diversificada com sua ascendência: ora nega a origem, ora cria uma relação de paixão com o Japão ou, ainda, recria outro Japão dentro do Brasil.

 As obras refletem estes múltiplos desdobramentos dos artistas que constroem um espaço interessante de confronto, troca e diálogo. As referências vêm tanto do Japão tradicional quanto do da atualidade. O que todas têm em comum é a visão contemporânea da arte e o território brasileiro como cenário do cotidiano.

 

 O MON abre de terça a domingo, das 10h às 18h. Os ingressos são vendidos até às 17h30, ao valor de R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia).