Conecte-se

por Nereide Michel em 10/08/2020

Digitar substituiu o verbo escrever? Muita gente seduzida pelas respostas instantâneas do “ao toque de um dedo” pode acreditar em tal possibilidade.  Engana-se a bem da verdade! A escrita à mão está intrinsecamente ligada à história de cada um. Pode estar um tanto negligenciada em meio ao torvelinho da comunicação globalizada ou diante das cobranças, a que a maioria está submetida, para entregas rápidas e imediatas do que se espera de suas atividades – empresarial ou acadêmica.

Contudo, basta uns minutos de reflexão para se encontrar a resposta para este questionamento: -“Qual é o lugar da escrita à mão nos dias de hoje?” É o mesmo desde que o homem começou a se comunicar através dela. Enquanto forma de expressão – pessoal e intransferível – ela mantém a sua perenidade.

A NOSSA HISTÓRIA

  Quando de posse de um lápis ou de uma caneta começamos, em um papel, a dar formas a palavras e frases a nossa letra expressa o que somos e o que sentimos. Parece um tanto arcaico perante  imbatíveis avanços tecnológicos mas é justamente por proporcionar um reencontro com o nosso eu que a escrita à mão revela sua essencialidade nos dias atuais. Não por acaso este modo de comunicação se transformou em vocação e prioridade para estudiosos, como o calígrafo e escritor Fábio Maca, que recentemente, a convite da Montblanc, participou de uma live com a sugestiva proposta de associar a letra de mão à meditação. Segundo ele, através de exercícios – rabiscos em um papel? –  é possível “esvaziar a mente” para buscar o equilíbrio neste conturbado mundo em que vivemos. Afinal, basta lembrar que é a nossa letra que fala por nós e nos apresenta aos demais. Ela é a nossa impressão individual, como definiu Juliana Pereira, diretora de marketing da Montblanc, também participante do “ao vivo”.

Quando escrevemos à mão estamos contando a nossa história através do jeito como desenhamos as letras e formamos palavras e frases. Um reflexo nosso que não pode ser apagado, mas, sim, resgatado, quem sabe, dedicando-nos alguns minutos do dia à sua prática? Vamos descobrir muito de nós com o adicional de encontrarmos um jeito de relaxar e apaziguar corpo e mente. 

Não faz tanto tempo assim que uma das alegrias de viajar estava em enviar cartões postais das cidades que faziam parte do roteiro. Resumia-se em poucas palavras – escritas à mão –  emoções e descobertas proporcionadas por culturas diferentes. Um hábito que o celular deixou para as memórias afetivas mas que pode ser retomado como uma relaxante e inspiradora atividade – um hiato nas mensagens instantâneas e curtidas esquecíveis. Ação da Montblanc incentiva esta prática – ela enviou uma série de cartões postais a um grupo de clientes convidando-os a remetê-los a amigos e parentes como forma de expressar o seu carinho por eles.

HISTÓRIA NA CANETA

A história da escrita da Montblanc começou em 1906, em Hamburgo, Alemanha, quando a marca – associada desde sempre ao toque criativo, exclusivo e perfeccionista do trabalho artesanal – iniciou sua trajetória pelos ambientes que compartilham o seu conceito.  A sua logo – símbolo de seu profundo compromisso com a difusão da cultura da escrita – passou a ser ostentada também em uma linha de produtos igualmente sofisticada, que inclui relógios e acessórios de couro presentes no mercado de luxo internacional.

Catherine II, a Grande

Contudo a missão da Montblanc com a arte da escrita extrapolou as bem traçadas linhas em um papel para se transformar em expressão de arte ao incorporar na sua icônica linhagem Meisterstück, surgida em 1924,  homenagens a personagens de destaque do cenário político (John Fitzgerald Kennedy), da era de ouro de Hollywood (Rita Hayworth), da nobreza (Catherine II, a Grande), da música (Beethoven e Bach), entre outras personalidades.  Séries aguardadas com muita expectativa uma vez que são edições limitadas e com todos os requisitos para virarem objetos de desejo de colecionadores do mundo todo.

A mais recente interferência cultural na elaboração de uma linha especial Meisterstück neste universo – que alia arte, luxo e exclusividade –  é a trilogia inspirada na obra O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, traduzida em mais de 250 idiomas. São três edições, cada uma inspirada em um personagem do livro e nas lições de vida por eles evocadas: a Raposa, o Aviador e o Planeta.

A Raposa, primeira edição (2018), apresenta a raposa que instrui o Pequeno Príncipe sobre a importância dos laços humanos e da amizade.

 

O Aviador, segunda edição (2019), focaliza no aviador, o narrador do livro, que encarna a figura do mentor e ensina sobre a vida através do compartilhamento de experiências.

O Planeta: terceira edição (2020), celebra o planeta, o minúsculo asteróide “B-612” que é o lar do Pequeno Príncipe, sinônimo de amor, cuidado e acolhimento do nosso habitat e dos nossos relacionamentos.

ARTE EM DETALHES

A terceira edição da trilogia O Pequeno Príncipe, lançada em abril de 2020, coincidiu com medidas, como isolamento social, recomendadas pela Organização Mundial da Saúde para evitar a propagação da pandemia gerada pelo novo coronavírus. Um momento de recolhimento que enseja uma maior conscientização sobre a importância da preservação do meio ambiente, onde reside o futuro da humanidade. Um paralelo com o Pequeno Príncipe, que cuida de seu planeta e da rosa que cresce nele, impedindo que más sementes a prejudiquem ou que a flor seja sufocada por árvores.

A tampa e o corpo da Meisterstück O Pequeno Príncipe, 3ª edição, são feitos de resina preciosa polida burgundy. Imortalizado na pena artesanal de ouro 14k da caneta tinteiro, o Pequeno Príncipe remove as ervas daninhas do seu planeta, lembrando que o verdadeiro amor vem do investimento nos cuidados com o nosso habitat e com quem nele mora.

Em contraste com a laca burgundy translúcida do corpo, o tom champagne da tampa  é gravado com estrelas e com o nome do asteróide “B612”- lar do Pequeno Príncipe. A pena bicolor de ouro 18K champagne é decorada com o delicado desenho da rosa.

 

O clipe de todas as edições da trilogia é adornado com uma estrela de laca dourada, uma referência ao convite do Pequeno Príncipe ao aviador para se lembrar do seu sorriso sempre que olhar para as estrelas. A tampa de cada instrumento de escrita é gravada com as palavras, simples, mas muito significativas, que a raposa diz para o Pequeno Príncipe: “On ne voit bien qu’avec le coeur.” (“Só se vê claramente com o coração”). A lição de vida da raposa significa que o que realmente importa na vida é o que nós só vemos com o coração e com a alma e não o que vemos superficialmente, apenas com os olhos.