Linkultura

por Nereide Michel em 01/04/2020

“Calma, estamos perdidos”, de Luís Henrique Pellanda, com ilustrações de Raro de Oliveira e a logo da Editora Positivo, é a quarta na cronologia do autor curitibano.  Uma antologia de sua obra que marca os 10 anos de sua carreira como escritor. São 58 crônicas urbanas que refletem ” o olhar do autor para a própria obra, durante uma década de carreira”, na definição de Cristiane Mateus, editora do livro. 

As crônicas falam sobre todas as grandes metrópoles. “Acredito que a cidade, enquanto invenção humana, enquanto produto da criatividade do animal engenhoso que somos, foi um de nossos maiores sucessos, e nos fez prosperar enquanto espécie, mas, por outro lado, as cidades que inventamos para nos proteger da natureza, de onde aos poucos fomos nos retirando, se tornaram perigosas também para nós. E agora somos esse bicho que se sente perdido e inseguro na própria casa e já não pode retornar à natureza”, reflete Pellanda.  O autor discute a questão da alteridade a partir da convivência nas cidades. “Para se conviver com o outro, é preciso sobretudo respeitá-lo, considerá-lo em sua subjetividade, e aprender a ler aquilo que nos rodeia a todos, seja gente, bicho, árvore, automóvel, asfalto ou prédio. Tudo à nossa volta pode ser lido. Sou pedestre e leitor desde menino. E é a partir dessa experiência que faço minhas releituras de mundo”, relata.

Maringas Maciel

 Luís Henrique Pellanda nasceu em Curitiba, em 1973. Escritor, jornalista e músico, é autor dos livros de crônicas Nós passaremos em branco (2011), finalista do Prêmio Jabuti 2012, Asa de sereia (2012) e Detetive à deriva (2016); e dos livros de contos O macaco ornamental (2009) e A fada sem cabeça (2018). Também organizou os dois volumes da antologia de entrevistas As melhores entrevistas do Rascunho (2010 e 2012). O autor trabalhou na Gazeta do Povo e na revista Veja. Foi subeditor e colunista de Rascunho (jornal literário), coeditor e cronista do site de crônicas e ilustrações Vida Breve.

 Já o ilustrador da obra, Raro de Oliveira, é carioca, mas vive em Curitiba há 28 anos. Estudou Comunicação Visual na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Em 2014, entrou no movimento de desenho de rua (Urban Sketchers), que existe em diversas cidades do mundo. É coautor do livro Sketchers do Brasil (2016). Ilustrou livros de poesia e realizou uma série de desenhos para a exposição Volta ao Centro Histórico em 80 dias, em 2019.