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por Nereide Michel em 23/09/2016

Busca-se o nome para um produto.  Diante dos muitos apelos e atrativos com os quais o mercado tenta cativar o consumidor não é aconselhável errar na escolha. Esta é uma decisão que pode determinar o sucesso ou não de uma marca.

Então este nome deve ser curto, com cinco letras no máximo; ter sonoridade agradável e ser fácil de memorizar.

Brainstorm em uma premiada agência de publicidade dos anos 2000? Que nada!  Este conceito foi emitido em 1908 –  isso mesmo nos primeiros anos do século passado! – por um cidadão alemão, da Baviera, chamado Hans Wilsdorf ao batizar um modelo de relógio no qual ele apostava todas as fichas de que seria o mais avançado do seu tempo e nas décadas a seguir. Assim nasceu o Rolex,  que cumprindo todas as previsões do seu criador mantém em 2016 posição privilegiada como relógio preciso, inovador e desejado por consumidores no mundo todo – que não sentem dificuldade em pronunciar o seu nome.

Ao longo de mais de 50 anos, enquanto esteve no comando de seus negócios, Hans Wilsdorf confirmou em arrojados lançamentos e ousadas ações que não existe predicado mais adequado para defini-lo do que visionário. Em 1905, quando tinha apenas 24 anos percebeu que ver as horas em um relógio de pulso extrapolava a simples praticidade para destacar um estilo de vida dinâmico, aventureiro e conquistador de recordes –  tão característico do século XX que viu brotar tanta invencionice na terra, no céu e no mar. Para acompanhar a velocidade do progresso gerada por motores cada vez mais potentes e acelerados  não se podia perder um minuto sequer. Daí a necessidade de horas precisas, sem atrasos e nem “adiantos”. Precisão, aliás, da qual Hans Wilsdorf se tornou íntimo ao dar seus primeiros passos na relojoaria em La Chaux-de- Fonds, justamente no país que ainda hoje é sinônimo de perfeição na contagem do tempo, a Suiça.

Empresário de visão – outra definição contemporânea que se adapta perfeitamente ao perfil do criador do Rolex – ele mudou-se para a efervescência financeira de Londres e fundou em 1905, com um sócio, a Wilsdorf & Davis, especializada na comercialização de relógios de pulso. Fabricados com componentes selecionados entre os melhores fornecedores da época, como a Maison Aegler, que na sequencia ele absorveria para comandar o seu próprio empreendimento, a Manufacture dês Montres Rolex S.A. Decisão  acertada pois a Aegler era a única fornecedora de mecanismos pequenos e precisos – exatamente o que precisava para impulsionar os seus negócios.

Os céticos da novidade renderam-se aos atributos da poderosa máquina quando em 1910  a Rolex obteve o  primeiro certificado de cronometria concedido a um relógio de pulso pelo exigente Bureau officiel de controle de la marche dês montres, com sede em Biel, na Suiça. O prestigiado Kew Observatory, da Grã Bretanha, também certificou a precisão do modelo, uma distinção que reservava apenas a cronômetros da Marinha. Reconhecimentos, aliás,  que estimularam o visionário a partir para a conquista de outras inovações – afinal, a precisão já estava intrínseca ao Rolex. Mergulhou em pesquisas e experiências até apresentar em 1926 o primeiro  modelo impermeável do mundo – nele não entrava água e nem poeira. Muito apropriadamente chamado Oyster – a imagem divulgada quando do seu lançamento de um relógio protegido por uma concha, abrigo da ostra (oyster), é uma das mais contundentes para dar credibilidade ao produto. Mas para Hans Wilsdorf isso não bastava Era  preciso por à prova a novidade e ele desafiou-se ao  colocar um Oyster no pulso da nadadora inglesa Mercedez Gleitze, pouco antes de sua travessia do Canal da Mancha – um feito que completa 90 anos em 2016.

Como a ordem nos meados do século XX era não perder um segundo sequer – caso contrário o concorrente “batia nos seus calcanhares” – o relógio de pulso precisava vencer mais um desafio:  o da autonomia. Nada de parar para lhe dar corda, os ponteiros deveriam girar por conta própria. Foi com mais este avanço tecnológico  que a Rolex voltou a surpreender o mercado com o primeiro sistema de corda automática com rotor livre. Fim da obrigação de fazer funcionar o relógio todo santo dia!

MARKETING PIONEIRO

Hans Wilsdorf é considerado visionário não apenas pelas inovações na apresentação e no mecanismo de um imprescindível acessório. A sua história está repleta de lances que identificam o seu pioneirismo em áreas como a publicidade e o marketing. Ao ter a ousadia de presentear em 1926  a atleta inglesa Mercedez Gleitze com um Oyster quando ela se preparava para vencer a nado  a distância entre a França e a Inglaterra, o pai do Rolex  a transformou na primeira embaixadora da marca. A  imagem da nadadora ilustrou um anúncio de página inteira da Rolex publicado no jornal britânico Daily Mail.

Uma iniciativa que hoje seria “uma jogada de marketing” e que ajudou a disseminar a ideia de  associar a imagem de um produto ao estilo de vida de quem o usa como um eficiente  estímulo ao consumo. Quem não quer ficar parecido com o  seu ídolo?  Hoje outros embaixadores da Rolex, ligados principalmente às competições esportivas, aparecem em revistas e outdoors ostentando os seus inovadores modelos. Desde 2013 é o relógio oficial da Fórmula 1, os brasileiros Rodrigo Pessoa, no hipismo, Roberto Scheidt, na vela, Alexandre Rocha, no golfe, a americana Lindsey Vonn, no esqui, a sérvia Ana Ivanovic e o suíço Roger Federer no tênis, são embaixadores da marca.

ALÉM DAS HORAS

A filosofia embutida na evolução da Rolex se expande além do visor dos seus modelos. A precisão e a autonomia que deram origem às principais inovações da marca também são inspiradoras de ações de incentivo cultural e social de abrangência mundial.

 O Rolex Arts Weekend  oferece a artistas iniciantes a inigualável experiência de trocar conhecimentos durante um ano com reconhecidos mestres de suas áreas: artes visuais, arquitetura, cinema, dança, literatura, música e teatro. Entre os escolhidos de 2016/17 na categoria Literatura está um brasileiro, Julian Fuks, que desenvolverá um projeto conjunto com o escritor moçambicano Mia Couto.

 Projetos inovadores nas áreas de ciências e saúde, tecnologia aplicada, descobertas e exploração, meio ambiente e herança cultural recebem reconhecimento no Awards for Enterprice. A Rolex  incentiva com esta premiação o espírito de empreendimento e iniciativas que contribuam para melhorar a qualidade de vida no mundo. Francesco Sauro, cientista e explorador, que lidera expedições às cavernas de quartzito em montanhas “onde ninguém nunca chegou” foi premiado em 2014. Arthur Zang, que criou o primeiro dispositivo na África que ajuda a diagnosticar doenças cardíacas, também recebeu  o Awards for Enterprice.

NA VITRINE

 A  Rolex mantém vivo o conceito do seu fundador apresentando surpreendentes lançamentos a cada temporada. Fiel também ao espírito aventureiro e às conquistas esportivas que estão na origem de vários modelos da marca como os inspirados em competições automobilísticas (Daytona Cosmograph) e náuticas (Yacht Master) e  nos desafios aéreos (Air King). Para elas, a elegância de um relógio (Lady Datejust) que acompanha o dinamismo da mulher moderna, integrando a tecnologia ao seu cotidiano. 

ONDE ENCONTRAR

 Sede mundial da Rolex em Genebra, Suiça. A coroa Rolex, logotipo e símbolo supremo da marca, foi registrada em 1931. Ela é uma referência aos seus clientes, que sempre merecem um “exclusivo e nobre atendimento”.

Em Curitiba, os lançamentos da Rolex podem ser encontrados na Bergerson nos shoppings Crystal, Pátio Batel, Müeller e ParkShoppingBarigüi