Conecte-se

por Nereide Michel em 19/09/2019

É preciso ficar atento aos sinais! Este é um valioso alerta quando se trata do chamado mal do século – a solidão, que ganha implicações ainda mais sérias quando se avalia que vivemos em um mundo superconectado. Solidão e depressão – elas caminham juntas daí a importância de buscar em uma convivência positiva e saudável formas para driblar que o desânimo extremo se instale e traga graves conseqüências, como o suicídio.

Com esta proposta setembro tornou-se amarelo  –  Setembro Amarelo – reunindo uma série de ações e iniciativas para conscientizar sobre a  necessidade de se evitar condições que podem levar ao gesto extremo do suicídio.  Um recente estudo realizado com mais de mil e quinhentos entrevistados em todo o Brasil pela Hibou, empresa de pesquisa e monitoramento de mercado, apontou números alarmantes sobre depressão e suicídio no país em 2019. Segundo a pesquisa, 80% dos brasileiros conhecem alguém que esteja atualmente sofrendo de depressão e 93,5% do total de entrevistados já escutou alguém dizer “isso é frescura” para uma pessoa com depressão e 47,1% concordam que o Instagram deixa as pessoas mais deprimidas.  92,88% acreditam que o melhor canal de ajuda para a depressão é apoio de psicólogos ou psiquiatra; para 88,6% da população, dividir os problemas com os amigos também ajuda, além do auxílio médico, e 93,7% das pessoas dizem que a família é essencial na busca da melhora. Mas 51,1% dos entrevistados acreditam que só há melhoria da depressão com o uso de medicamentos.

É quase um consenso: 99,81% das pessoas acreditam que a depressão pode levar ao suicídio no Brasil. E muitos já conhecem essa realidade pessoalmente ou por pessoas próximas.

Campanha “Suicídio: Falar pode mudar tudo”. (CVV e LIBBS)

A ATITUDE É… PREVENIR

Entre comportamentos que podem acender o sinal vermelho de “atenção, perigo!” estão o desinteresse total pelas atividades sociais e profissionais e o silêncio que toma o lugar do diálogo com a família e os amigos – o fechar-se em si mesmo. Por isso, são meritórias iniciativas como a do escritório curitibano Pereira Gionédis Advogados, que em uma envolvente campanha –  unindo todos os seus profissionais – destacou o esporte e a autoestima como formas de evitar e combater a depressão. A ação, comandada pela sócia-fundadora do escritório, Louise Rainer Pereira Gionédis, contou com a participação do salão de beleza Lady&Lord, a loja de moda masculina Di Sotti e os profissionais Armando Resende, Luis Fernando Sotti e Dóris Oliveira.

VAMOS CONVERSAR?

O silêncio, o preconceito e o tabu são comuns quando o assunto é suicídio e podem se transformar em gatilhos para pessoas que estão sofrendo. Daí a importância de uma campanha como Suicídio: Falar pode mudar tudo”, iniciativa de conscientização realizada pelo CVV (Centro de Valorização da Vida) com o apoio da empresa farmacêutica Libbs. Da ação resultou um site (https://falardesuicidio.com.br/) e perfis informativos nas redes sociais–@falardesuicidio noInstagram, Twitter e Youtube –, abastecidos com conteúdo educativo sobre o assunto. O objetivo é ajudar a derrubar mitos em torno do suicídio, além de incentivar as pessoas a falarem a respeito como uma forma de evitar o agravamento de uma situação crítica.

Dentre as mensagens do perfil no Instagram estão “Não deixe o silêncio tomar conta da sua vida”, “Suicídio não se julga, suicídio se previne”, “Falar pode mudar tudo, ouvir pode mudar tudo”, entre outras. No site o público encontra informações e dados sobre suicídio no Brasil e no mundo, além de ficar por dentro do que pode ser feito para ajudar na prevenção e de como combater os mitos em torno da questão.

Sensibilizado pela campanha “Suicídio: Falar pode mudar tudo”, o músico Carlinhos Brown lançou a música e o videoclipe “Vozes do Silêncio”, com o objetivo de exaltar a importância da vida e incentivar o diálogo sobre um problema que pode ter um desenlace trágico. O artista foi escolhido para integrar o projeto tanto pelo seu envolvimento com ações e projetos sociais como  por sua personalidade e estilo musical irreverentes, que dão um tom de esperança e acolhimento à canção.